Brasília - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) extinguiu, por maioria de votos, a representação contra a presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, por suposto uso indevido dos Correios para fazer propaganda eleitoral em 2014. A ação, de autoria da coligação de oposição, liderada pelo senador e então candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB-MG), também tinha como alvo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro e o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Thomas Traumman.
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TRE julga improcedente ação contra Pimentel por suspoto uso dos Correios na campanha Relatório do TCU diz que Correios não poderia ter remetido panfletos de DilmaTCU confirma irregularidades no envio de propaganda de Dilma pelos CorreiosVotaram pelo arquivamento da ação a ministra relatora, Maria Thereza de Assis Moura, as ministras Rosa Weber e Luciana Lóssio e o ministros Herman Benjamin ao entenderem que a notícia divulgada não tinha condições de impactar a disputa eleitoral. "Não vejo aqui nenhum condão a desequilibrar o pleito eleitoral", afirmou Luciana Lóssio, reiterando o voto de Moura.
Ficaram vencidos os ministros Gilmar Mendes, que havia pedido vista do processo e devolveu a matéria ao pleno, abrindo divergência, Dias Toffoli e Henrique Neves.
Mendes negava a procedência da ação contra Dilma e Temer por não haver provas de benefício direto a eles, mas afirmava que Pinheiro e Traumann precisavam ser responsabilizados por crime eleitoral. "É evidente que a empresa personalizou a matéria, citando Aécio Neves com a intenção de propagar que o candidato atuava contra os Correios. Trata-se de propaganda que configura conduta vedada, realizada por três meses antes do pleito", argumentou.
Depois de vencido, Mendes ressaltou que o Tribunal precisa "assumir responsabilidades históricas diante das decisões. O ministro lembrou que, como o episódio teve desdobramentos, a matéria deve voltar à Corte.
Gilmar citou uma outra ação, que investiga a suposta participação indevida dos Correios na campanha da presidente à reeleição ao distribuir panfletos em favor da então candidata.
"Esse é o célebre caso dos Correios, em que temos que ler contexto e recontexto.