O ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB) disse, nessa quinta-feira (17), que é “absolutamente inocente” e que vai recorrer da sentença da juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage, que o condenou a 20 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos). Os fatos são relativos ao mensalão mineiro, esquema ocorrido durante a campanha de 1998, quando o tucano disputou a reeleição para o governo de Minas e não se reelegeu. Ele tem o direito de recorrer em liberdade.
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'Confiamos na inocência dele', diz líder do PSDB sobre condenação de AzeredoJustiça condena Eduardo Azeredo a mais de 20 anos de prisãoDefesa de Eduardo Azeredo recorre de condenação 'Sou vítima de uma compensação política', afirma AzeredoJuíza lista 'mentiras' de Azeredo em sentença do mensalão tucano“Foi muita surpresa. Respeito a decisão, mas não esperava que a juíza considerasse a validade de papéis falsos. Não há nenhuma prova contra mim. Não existem depoimentos ou evidências que me atingem.
Na sentença, com base na representação do Ministério Público Federal (MPF), a juíza Melissa Lage relata que Eduardo Azeredo teria se beneficiado de contratos de publicidade de fachada dos eventos esportivos Enduro da Independência, Mundial de Supercross e Iron Biker, patrocinados pelas estatais mineiras Comig, Copasa e Bemge por meio da empresa SMP&B Comunicação, usada por Marcos Valério para abastecer também o esquema petista. Os recursos, segundo a magistrada, abasteceu o caixa 2 da campanha do tucano em 1998.
“É um absurdo uma coisa dessas. Não assinei as liberações de patrocínio. No Tribunal (de Justiça) vamos mostrar essa incoerência para que sejam corrigidos os erros dessa decisão”, defende-se o ex-governador.
Ele disse também que não teve participação em liberações de outras estatais nem tratou diretamente com a movimentação financeira para cobrir gastos da campanha eleitoral de 1998. “Todos sabem que numa campanha política, o candidato majoritário não trata diretamente de recursos financeiros. Essa questão é delegada a outras pessoas para que o candidato tenha condições de tocar a campanha”, afirmou Azeredo. “Tenho uma vida limpa construída com muito trabalho. Agora, querem jogar tudo no lixo, baseado em alegações falsas. Estou muito chateado e constrangido com isso”, lamentou o ex-governador.
Solidariedade
Ao deixar o jantar de Natal oferecido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na noite de quarta-feira, parlamentares tucanos manifestaram solidariedade ao ex-governador de Minas Eduardo Azeredo e comentaram a condenação.