Brasília – O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava-Jato, e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que também fez delação premiada, vão passar o Natal e o fim de ano em casa. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a saída dos dois da cadeia por 10 dias. No dia 3 de janeiro, eles terão de retornar à prisão. A saída dos dois envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras é um dois benefícios previstos nos acordos de delação assinados por eles com a Justiça.
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No caso de Youssef, a família do doleiro deve alugar uma casa em Curitiba ou região metropolitana. O local exato, que precisa abrigar agentes da PF num espaço independente, ainda está sendo procurado pelos familiares. As três filhas de Youssef devem passar o fim de ano com o pai.
Ano ímpar
Responsável pela maior investigação criminal em andamento no país, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ontem que as instituições viveram um ano “ímpar” e sustentou que a atuação do sistema jurídico brasileiro na Operação Lava-Jato foi julgada e aprovada, “unanimemente”, por órgãos internacionais. A fala ocorreu durante a sessão de enceramento do ano do Judiciário, no Supremo Tribunal Federal (STF). “Ano ímpar, mas rico em que dele podemos muito aprender. O ano em que o sistema de Justiça brasileiro se mostrou de forma ímpar na sua atuação. Isso dizemos nós que estamos envolvidos em todo esse contexto, mas o sistema brasileiro foi muito visto e julgado por olhos externos ao Brasil e esses órgãos unanimemente reconheceram o profissionalismo, a independência e equilíbrio do sistema de Justiça brasileiro”, disse Janot.O ministro Teori Zavascki autorizou a inclusão de quatro pessoas no inquérito da Lava-Jato que investiga o ex-deputado federal João Pizzolati (PP-SC), atualmente secretário estadual em Roraima, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Também serão investigados o ex-ministro das Cidades e conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia Mário Negromonte, e três deputados: Mário Negromonte Júnior (PP-BA), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e Roberto Britto (PP-BA). O pedido foi feito pela Polícia Federal (PF) e teve aval do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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