O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, voltou a afirmar nessa sexta-feira que o governo tem pressa para concluir o processo de impeachment, mas reconheceu que não seria “fácil” para a presidente Dilma Rousseff tomar a decisão de convocar o Congresso e cancelar o recesso dos parlamentares. “Se ela decidir formalizar (o pedido), não é fácil, porque nós estamos adentrando o recesso”, afirmou. Wagner defendeu que o melhor caminho seria um recesso mais curto, no qual deputados e senadores voltassem a trabalhar no dia 4 de janeiro, e não em 2 de fevereiro. “O processo do impeachment não pode se arrastar. Essa sempre foi a posição da presidente Dilma, que ele fosse decidido rapidamente, assim ou assado.”
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Wagner elogia decisão do STF e diz que recesso deveria ser mais curtoRenan anuncia recesso legislativo e descarta convocação do CongressoSTF só deve analisar pedido de afastamento de Cunha após recesso do JudiciárioGovernistas defendem que STF julgue afastamento de Cunha antes do recessoPlanalto enxerga 'salvação' de Dilma na economia e na base histórica do PTNessa sexta-feira, o STF oficializou o fim do julgamento sobre rito do impeachment na corte. Os ministros fizeram a leitura da ata, que resume a decisão tomada na quinta-feira. O texto será publicado hoje em edição extra do Diário de Justiça. Por maioria, os ministros da corte admitiram a tese governista de que a Câmara apenas autoriza o andamento do processo, mas a decisão não vincula a instauração do impeachment no Senado. Pela decisão, somente a aprovação por maioria simples dos senadores instaura o procedimento, o que geraria afastamento de Dilma do cargo por 180 dias. Os ministros também derrubaram a eleição que formou comissão especial sobre o tema na Câmara com maioria pró-impeachment.
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse ontem que a decisão traz estabilidade para o processo de impeachment.
Ainda cabe um tipo de recurso à decisão do STF: os embargos de declaração. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve definir nos próximos dias se apresenta o recurso. Ainda que decida por recorrer, o rito do impeachment permanece definido pelo STF porque os embargos de declaração não têm efeito para suspender decisão já tomada..