Cogitado como nome capaz de unir tucanos e socialistas numa candidatura de consenso à Prefeitura de Belo Horizonte, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP) sustenta que, embora tenha votação expressiva na cidade, não será candidato a prefeito. “O PP está definido e unido em torno do ex-governador Alberto Pinto Coelho, que tem trajetória conhecida e espírito conciliador”, disse. Enquanto partidos se debruçam para debater as eleições municipais, contudo, Dinis Pinheiro aceita convites de universidades, instituições de ensino, organizações não governamentais e câmaras municipais de todo o estado. “É um momento político muito duro e, como cidadão, quero contribuir, conversando e ouvindo os mineiros para a construção de um projeto real, concreto, que recupere a esperança e toque o coração das pessoas. Nesse projeto, o cidadão tem de ser o protagonista ”, afirma ele que, no momento, não está interessado na política estritamente partidária.
Para Dinis Pinheiro, o Brasil vive a crise mais aguda de sua história. “Estamos diante de um feixe de crises: política, ética, social, econômica e administrativa”, afirmou. “O país está tomado pelas mazelas, pelo crime e pela desigualdade social. Agora é preciso restaurar a confiança, reencontrar o caminho da probidade com reformas estruturais urgentes”, assinalou, defendendo que sejam priorizados investimentos em educação e em infraestrutura. Na avaliação de Dinis, “este é um governo fraco, inerte, sem diálogo com as instituições e sem projeto de desenvolvimento”. Ele prega maior participação da sociedade para a construção de um estado inovador e desenvolvido. “No momento de crise é que o brasileiro tem de crescer, assumir a sua cidadania, externar a sua indignação. Estamos chamando as pessoas lúcidas, honradas para contribuir com novas ideias, buscando nova postura, pois a classe política está desgastada. É imprescindível a organização da sociedade na busca de novos rumos e caminhos”, disse.
Dinis Pinheiro viu que reservas a indicação de Nelson Barbosa para a Fazenda. “O Brasil vive uma algazarra fiscal. Qual é o coquetel que o PT está oferecendo? Juros altos, déficit, desemprego, elevação de tarifas, aumento de impostos e corrupção. E estão falando na volta da CPMF”, criticou, considerando o sistema tributário brasileiro extremamente injusto por penalizar os mais pobres. “A alíquota de impostos sobre alimentos chega a 17%. O Brasil precisa com urgência de nova rodada de reformas, previdenciária, tributária e trabalhista para a construção de um projeto de desenvolvimento”, disse.
Segundo Dinis Pinheiro os estados pagam o preço da incapacidade de o governo federal elaborar um projeto de desenvolvimento e de promover reformas necessárias à retomada do crescimento econômico. “A vida do mineiro e do povo brasileiro tem piorado. A saúde está precária, a educação deixa a desejar, a violência se expandiu das grandes cidades para o interior. Enquanto isso o pacto federativo está comprometido, e estados e municípios estão falidos e sem capacidade de reação a este modelo concentrador de receitas no âmbito federal”, afirmou.