O ano terminou com baixaria na Câmara Municipal de Itaúna, na Região Centro-Oeste de Minas. Na última sessão de 2015, na noite de terça-feira, a votação de um projeto que prevê a criação de um centro administrativo para a cidade terminou com agressões entre manifestantes, secretários municipais e vereadores. Foi preciso chamar a Polícia Militar para que a reunião fosse concluída, e os envolvidos foram parar na delegacia. Um dos manifestantes contrários à proposta de construção da nova sede para a prefeitura foi preso, acusado de ameaçar de morte o prefeito Osmando Pereira (PSDB). Ele negou as ameaças. Os vereadores aprovaram por 10 votos a 6 o projeto da nova sede.
A prefeitura defende que o novo centro administrativo vai trazer mais comodidade para o cidadão e economia para os cofres públicos, uma vez que não será mais preciso pagar aluguel para o uso de órgãos municipais. A construção abrigaria também a sede do Ministério Público e teria um espaço reservado para que no futuro seja construído um prédio para o Fórum de justiça. “Esse grupo de 10 ou 20 pessoas que tumultuou a sessão não representa a maioria da população. São pessoas da oposição, do PT, que fizeram acusações levianas e ameaças agressivas. O projeto tem o apoio total na cidade”, afirmou o prefeito Osmando.
Ns redes sociais, a Prefeitura de Itaúna afirma que “o custo da nova sede será praticamente zero”, uma vez que o novo terreno é público e a obra será feita com recursos arrecadados com o leilão da atual sede. No entanto, o prefeito admitiu que ainda não é possível garantir que o montante arrecadado com a venda da sede será suficiente para a nova obra.
“O valor pode ser suficiente para a nova prefeitura, mas, se não for, o custo será muito baixo. Se faltarem recursos poderemos alienar outros terrenos municipais ociosos. Nosso objetivo é construir o centro administrativo sem tirar dinheiro de outras áreas”, disse Osmando. O prefeito espera definir a data para o leilão da sede atual até o final de janeiro. Segundo a prefeitura, a estimativa é arrecadar R$ 9,5 milhões com a venda do atual prédio, e a nova sede seria estimada em cerca de R$ 15 milhões.
Vereadores contrários ao texto, questionaram se a nova sede poderia ser construída sem custos adicionais para a prefeitura de Itaúna e criticaram a tentativa de aprovar a obra com urgência, enquanto outros temas estão parados na Casa. “A população não quer esse projeto. A construção da nova sede é necessária, mas, em função de outras prioridades, o projeto não deveria ser proposto agora. Itaúna tem apenas um hospital, que precisa de reforma urgente. Temos outro hospital inacabado há 30 anos. Temos déficit em postos de saúde. Ou seja, essa não deveria ser a prioridade”, avalia o vereador Marcinho Hakuna (PPS), que faz oposição à atual prefeitura.