A presidente Dilma Rousseff sobrevoou na manhã deste sábado (26) as áreas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul e se reuniu com prefeitos gaúchos para ouvir as principais necessidades dos moradores. Ela prometeu ajuda ao Estado e disse que é preciso retirar, de forma permanente, as pessoas das áreas de risco.
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Dilma abre mão do recesso de fim de ano e estará de volta a Brasília na segundaDeputado vai apresentar voto em separado pela rejeição das contas de DilmaApós ser citado em carta a Dilma, vice dos EUA convida Temer para visitaDilma tem menor apoio na Câmara da era petistaChega a 40 número de municípios atingidos pelas cheias no Rio Grande do Sul"Quando a gente olha a questão de retirada das pessoas da área de risco, temos que ver uma situação que seja permanente, daí a importância do programa Minha Casa Minha Vida", afirmou Dilma. Segundo ela, um dos requisitos do programa é que as zonas consideradas impróprias fiquem impedidas de receber novas moradias no local.
Dilma disse que o governo federal tem acompanhado de perto vários momentos de desastre, e citou a tragédia da cidade mineira de Mariana, que foi destruída após o rompimento de uma barragem. Voltando a falar do Rio Grande do Sul, reforçou a importância de que as famílias afetadas pelas enchentes sejam realocadas de forma definitiva. "Nós não queremos que as pessoas voltem para o lugar em que estavam antes e que foi objeto do alagamento. Senão vamos ficar, usando uma expressão popular, enxugando gelo", declarou.
Ela também alertou para a necessidade de cooperação entre as esferas federal, estadual e municipal. "É muito importante que haja esta integração para que as pessoas sejam atendidas e possam retornar à sua tranquilidade.
A presidente anunciou que o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, que participou da agenda deste sábado, voltará ao Rio Grande do Sul na próxima semana para fazer uma discussão sobre ações concretas e imediatas que podem ser tomadas, como a liberação dos recursos do FGTS para os cidadãos das regiões prejudicadas.
Ela também afirmou que muitas das cidades atingidas são áreas agrícolas, principalmente de plantio de arroz. De acordo com a presidente, os prefeitos manifestaram preocupação com relação ao possível comprometimento da safra. "Vou conversar com a ministra da Agricultura (Kátia Abreu), para ver o que é possível fazer", disse. "Outra questão é esta de recompor, dentro das nossas possibilidades, as estradas vicinais. Não temos como recompor todas, mas vamos fazer aquele primeiro socorro que vai ajudar a ter trânsito nesses locais."
Dilma disse que falaria por pouco tempo porque tinha que retornar rapidamente a Porto Alegre (onde passou o Natal com a família), e que, possivelmente, voltaria ainda neste sábado para Brasília.
A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto confirmou que ela deve embarcar para a capital federal nesta tarde. A filha da presidente, Paula, que mora na capital gaúcha, está na reta final de sua segunda gravidez. Inicialmente, havia a expectativa de que Dilma pudesse estender sua estada em Porto Alegre até domingo à noite ou segunda-feira de manhã.
Números
De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado, na sexta-feira, mais de 1.795 famílias de 38 municípios foram afetadas pelas chuvas dos últimos dias no Rio Grande do Sul.
O próximo informativo da Defesa Civil Estadual só sairá na tarde deste sábado, mas a equipe que atua na área mais atingida já adiantou que a situação se agravou por causa da cheia dos rios. Conforme informações preliminares, só na Fronteira Oeste o número de famílias afetadas passa de 1.800.
A presidente Dilma Rousseff saiu neste sábado de manhã da Base Aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, e chegou por volta das 10h30 a Uruguaiana, que fica a mais de 600 quilômetros da capital gaúcha. Ela estava acompanhada do governador em exercício, Edson Brum (PMDB), do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e do secretário nacional da Defesa Civil, Adriano Pereira Junior. Eles sobrevoaram durante dez minutos algumas zonas alagadas e, na sequência, se reuniram com prefeitos dos municípios mais atingidos. O encontro durou mais de uma hora..