O Conselho de Ética da Câmara, palco de embates e até de troca de agressões físicas este ano devido à análise de processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), julgou, desde que foi criado em 2001, cinco deputados acusados de mentir, assim como o peemedebista. Desses, somente o delator do mensalão Roberto Jefferson (PTB) teve o mandato cassado.
Leia Mais
Após cirurgia, Roberto Jefferson deve permanecer internado por uma semanaRoberto Jefferson é internado no Rio para cirurgia"Acabou o mito", diz Roberto Jefferson após prisão de DirceuSTF concede perdão da pena a Jefferson e outros cinco condenados do mensalãoNo Rio, Roberto Jefferson recebe alta de hospital após cirurgiaRoberto Jefferson recebe alta depois de cirurgiaCom quadro estável após operação, Jefferson deve ficar internado por 10 diasRoberto Jefferson é operado no Rio e tem quadro estávelPTB é o partido mais visado no Conselho de ÉticaAlém deles, o conselho aprovou a perda do mandato do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP). Ele foi acusado, em 2006, de mentir à CPI mista dos Correios ao dizer que sua mulher esteve no Banco Rural para pagar uma conta de TV por assinatura. O colegiado entendeu que ela foi buscar dinheiro do mensalão, mas o plenário da Câmara rejeitou a cassação.
O conselho também pediu a cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), em 2011, devido a um vídeo de 2006 em que ela aparecia recebendo um maço de dinheiro. Mas Jaqueline se manteve deputada porque houve 166 votos pela cassação - é necessário apoio de ao menos 257 deputados para aprovar a perda de mandato.
O ex-deputado Luiz Argôlo (Solidariedade-BA) também teve pedido de cassação aprovado no colegiado acusado de mentir sobre seu envolvimento na Operação Lava Jato, mas o mandato terminou antes do julgamento em plenário. Outro acusado de “falsear a verdade” foi o ex-deputado Francisco Gonçalves (PTB-MG) ao relatar ter visto uma mala de dinheiro no plenário da Câmara em 2004.
Arquivo
Na história do colegiado, 130 deputados foram alvo de representação, a maioria por corrupção. Da lista, 55 ações não foram apreciadas, 47 arquivadas e houve 21 pareceres pela cassação. Para o diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Luciano Santos, os números revelam a dificuldade dos parlamentares em julgar os colegas. “Por isso, defendemos a participação da sociedade civil no conselho”, diz. Já o atual presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), atribuiu o número de arquivamentos à época em que as ações são feitas. “No decorrer da legislatura, o negócio está frio. As coisas acontecem mais perto das eleições, aí não dá tempo.” .