O anúncio do governo de Minas de que não há garantias de que os salários de dezembro dos servidores seja pago até o quinto dia útil deste mês causou a reação dos sindicatos.

As entidades representativas das categorias divulgaram uma “carta ao governador”, nesta quarta-feira, pedindo uma reunião com Fernando Pimentel (PT) para tratar do atraso. No texto, os sindicatos dos auditores fiscais (Sindifisco), da Educação (Sindute) e da Saúde (Sind-Saúde) questionam a forma como a comunicação da mudança da data foi feita ao funcionalismo e há falta de políticas da administração estadual para combater a sonegação fiscal que, no entendimento dos representantes dos servidores, teria impacto na falta de caixa.

“Não é possível convivermos com a instabilidade de, em cada mês, ser anunciada uma data diferente de pagamento. Assim como nos é exigido planejamento do nosso trabalho, o governo deve fazer o mesmo”, afirma o texto. Os sindicatos pedem a Pimentel que a data de pagamento no dia 08 de janeiro, próxima sexta-feira, seja mantida. “Ao tentar fazer ajuste fiscal sobre a folha de pagamento, sacrificando os trabalhadores, em vez de investir na recuperação das receitas desoneradas e sonegadas, o governo atual repete o erro do governo anterior”, criticam.

Mais cedo, o governador Fernando Pimentel disse que não há como garantir nos próximos meses o pagamento do salário dos servidores até o quinto dia útil. "Acho difícil (pagar até o quinto dia util), que a gente consiga manter esse cronograma até então adotado no estado", afirmou o governador. Os servidores vão receber os salários de dezembro no dia 13. A justificativa do governo é que em dezembro foram pagas duas folhas – a de novembro e o 13º salário – o que comprometeu o pagamento neste início do ano.

Ainda segundo Pimentel. até o final da semana que vem o governo vai apresentar aos sindicatos representantes do funcionalismo um cronograma para o pagamento dos salários de janeiro, fevereiro e março – pagos em fevereiro, março e abril. "Daqui para a frente estamos fazendo todos os esforços para oferecer ao servidor um cronograma de pagamento de salários que dê segurança a ele. Mas estamos em uma situação financeira muito difícil, em todos os estados", completou o governador. Pelo menos por enquanto, o Executivo nega qualquer possibilidade de parcelamento dos salários. (Com informações de Isabella Souto)
Clique para ler a carta na íntegra - Foto:

.