Mensagens de celular às quais o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso indicam que Wagner teria ajudado o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, a negociar liberação de pagamento com o Ministério dos Transportes em 2014. As mensagens também apontam para supostas tratativas envolvendo Wagner para financiamento de campanhas da eleição municipal de Salvador em 2012.
Na tarde desta quinta-feira, 7, deputados de oposição anunciaram que vão entrar com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a atuação do ministro.
"A primeira investigação que tem de ser feita é sobre os vazamentos seletivos da Polícia Federal", reagiu Paulo Pimenta. "É um documento que estava sob sigilo e não tinha sequer chegado ao Ministério Público Federal e ao Supremo Tribunal Federal." Na opinião do petista, o vazamento é uma tentativa de desgastar a imagem do ministro com a criação de "factóides".
Ainda segundo Pimenta, a ação é uma estratégia da oposição em conjunto com a Polícia Federal. "Estou convencido de que há um jogo combinado entre setores da PF e da oposição, com vazamentos seletivos", afirmou.
Ele fez um paralelo com estratégias descritas na Operação Mãos Limpas, que investigou ações de corrupção sistêmicas na Itália entre 1992 e 1994, e é semelhante à Lava Jato. "É uma estratégia em que se escolhe alguns documentos para serem vazados e, a partir do momento em que são publicados, eles ganham uma credibilidade pública que justifica uma ação do órgão que vazou", exemplifica.
Para o deputado, entretanto, a imagem do ministro Jaques Wagner não será atingida pelo ocorrido. Ele defende também que não há ilegalidades nas negociações do ministro.