Os oposicionistas se manifestaram contrários ao aumento da taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano pelo Copom, e disseram ainda que somente com a saída da presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto será possível restaurar a credibilidade da política econômica brasileira.
Para o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), a inflação no País "persistente" - e cuja trajetória não deve se alterar muito este ano - representa a falta de comando do governo com a condução da economia brasileira. "A política econômica do governo mostrou-se falida", disse ele, ao citar, como dado "letal" a perda de receita de Estados e municípios que tem levado a situações de atraso no pagamento do funcionalismo público.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que o resultado da inflação impõe um medo maior aos brasileiros assalariados por ser mais um fator para fortalecer, em meio ao quadro de recessão na economia, o risco do aumento do desemprego. "O retorno da inflação para esse patamar é mais um imposto que se cria contra a sociedade", afirmou.
O senador tucano considerou ainda que o País caminha para passar por uma situação de dominância fiscal, na qual a política monetária não surte mais efeito para controlar a inflação. "O aumento da Selic não está mais surtindo o efeito", avaliou.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que o resultado do IPCA demonstra que o País não cuidou dos fundamentos macroeconômicos para que houvesse crescimento consistente do País. E que não há caminhos para o atual governo recuperar a alta geral dos preços. "Com a inflação penalizando os mais pobres, o governo não tem mais qualquer apelo", afirmou Bueno. Ele considera que um eventual aumento da Selic iria "asfixiar" ainda mais os setores produtivos da sociedade.
Agripino Maia afirmou que o governo está "quase num quadro sem saída", uma vez que, se aumentar os juros, será alvo de críticas do PT e de movimentos sociais aliados.