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Estado de Minas

Ministro do Turismo fez lobby em tribunais


postado em 09/01/2016 08:37

Brasília, 09 - O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fez lobby para a OAS em dois tribunais de contas para evitar o bloqueio de recursos para as obras da empreiteira na Arena das Dunas, em Natal, um dos estádios da Copa de 2014.

A ação é comprovada por mensagens trocadas entre Alves e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, condenado a 16 de reclusão. Trechos das conversas, de 2013 e 2014, foram obtidos pelo Estado. No período, o peemedebista era deputado federal e presidia a Câmara.

Nos diálogos, além de tratar de favores a Pinheiro, o ministro cobra repasses da OAS para sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte. Para a Procuradoria-Geral da República, as doações foram "vantagens indevidas" pagas para que Cunha e seu grupo defendessem interesses da OAS.

As mensagens sobre o lobby nos tribunais foram trocadas entre junho e julho de 2013. Em 14 de julho, Alves promete a Léo Pinheiro agir no Tribunal de Contas da União: "Seg (segunda), em BSB (Brasília), vou pra cima do TCU. Darei notícias", diz o ministro do Turismo.

Os diálogos indicam que a operação envolveria tratativas com o então ministro do TCU Valmir Campelo Bezerra, que na época relatava processo sobre a Arena das Dunas. Na ocasião, após receber denúncia de irregularidades do Ministério Público Federal, o tribunal abriu um processo para acompanhar o financiamento da obra.

Em outra mensagem, de 22 de junho de 2013, Alves diz a Léo Pinheiro que poderia marcar com o presidente do TCE-RN. "Já marcaria com o Pres TC, irmão do Garibaldi", afirmou. Na época, o presidente da corte era Paulo Roberto Chaves Alves, irmão do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), primo do ministro.

O ministro admitiu ter auxiliado a OAS. "Ele (Léo Pinheiro) mobilizou o governo, todo mundo para ajudar. Isso porque podia paralisar a obra e o estádio não seria entregue a tempo para a Copa", afirmou. Valmir Campelo disse não se recordar de tratativas com Alves e ressaltou que não admitiria interferência em processos. A OAS não comentou. Paulo Roberto Chaves Alves não foi localizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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