Entre abril de 2004 e fevereiro de 2005, Cunha teria lucrado R$ 917 mil após acertar 100% em operações no mercado de dólares e 98% em apostas em outro papel. De acordo com o jornal, a PGR teria apontado que a probabilidade de se obter uma taxa de sucesso de 98% ocorre em uma vez a cada 257 septilhões (o número 257 seguido de 24 zeros). Em comparação, a Mega Sena confere à aposta mínima uma chance em 50 milhões.
Conforme a PGR, ao mesmo tempo em que Cunha ganhava com seus investimentos, o fundo de pensão Prece, de funcionários da Cedae, companhia de água do Rio, amargava prejuízos. A Prece operava sete fundos de investimento por meio de várias corretoras, entre elas a Laeta, que tinha Cunha como cliente, além do corretor Lúcio Bolonha Funaro.
Para a PGR, conforme a Folha de S.Paulo, a taxa de sucesso de Cunha e Funaro "somente se tornava viável mediante a manipulação na distribuição dos negócios fechados, pela fraude verificada, com conivência dos 'perdedores', ou seja, os fundos da Prece". De acordo com a procuradoria, "todos os prejuízos ficavam para os fundos e todos os lucros para determinados clientes das corretoras, entre eles Cunha e Funaro."
Em sua defesa na CVM, Cunha teria afirmado que seu desempenho na época decorreu de operar "com convicção". O deputado não foi localizado pelo jornal na sexta-feira, dia 8, para comentar o assunto.