O lobista Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava-Jato, que apura desvios de recursos da Petrobras, foi hostilizado e expulso de um restaurante em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, nesse fim de semana.
Em agosto do ano passado, o delator recebeu pena de 14 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção. Mas, em razão de sua colaboração para desvendar o esquema de corrupção na Petrobras, teve a pena reduzida pelo juiz Sérgio Moro a cinco anos de prisão e substituída pela prestação de serviços comunitários semanais de 30 horas. Foi Júlio Camargo quem revelou, nesta mesma ação, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobrou US$ 5 milhões para viabilizar o contrato dos navios-sonda com a Petrobras.
Na sentença, o juiz da Lava-Jato considerou que a colaboração de Camargo foi “importantíssima” para a investigação do escândalo. Para Moro, ficou comprovada a movimentação de fluxo financeiro no exterior de valores da empresa Samsung, contratada pela Petrobras para fornecimento dos navios-sondas, para Júlio Camargo, que repassou parte do dinheiro para Fernando Baiano e Nestor Cerveró.
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