"Esquece delação, não tem delação. Não precisa neste caso porque entendemos que temos condições de fazer uma ótima defesa dele", afirmou Bastos à reportagem. "Vamos enfrentar o mérito na questão do áudio, na questão da conversa, das nulidades que nós entendemos. É uma tese de defesa que, no momento oportuno, vamos colocar nos autos. Acho que agora seria até precipitado informar a estratégia que vou usar", emendou.
O advogado é responsável por ter fechado delações relevantes para as investigações na Operação Lava Jato, entre elas a do doleiro Alberto Youssef e a do dono da UTC, Ricardo Pessoa.
O pivô da prisão de Delcídio foi a gravação feita por Bernardo, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso durante as investigações da Lava Jato. Na conversa, entre outros pontos, o senador revela um plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tirar Cerveró da prisão e enviá-lo para fora do País. Em troca, Cerveró não faria acordo de delação premiada em que citaria o senador.
No início de dezembro, o Supremo negou pedido de habeas corpus apresentado por Delcídio.
"Com certeza haverá um novo pedido. Vamos insistir nisso. Acho muito discutível a prisão em flagrante, com todo respeito, não houve flagrante. Foi uma questão preparada, urdida para colocar o cliente numa situação de flagrante. Houve um agente provocador que não era nem interessado. Então, isso vai ser discutido", afirmou Bastos..