O Planalto vem sondando Lopes para assumir a pasta desde dezembro do ano passado, como parte da estratégia do governo para reeleger o aliado Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara. Isso porque, ao oferecer espaço ao parlamentar mineiro, o Planalto tenta neutralizar a bancada do PMDB de Minas Gerais, que quer indicar um candidato para concorrer com Picciani.
Lopes tem interesse no posto, mas enfrenta resistência principalmente dos deputados Leonardo Quintão e Newton Cardoso Júnior, que disputam a indicação da bancada do PMDB de Minas para concorrer a líder do PMDB.
Peemedebistas da ala pró-impeachment, que pretendem apoiar o candidato mineiro, também são contra Lopes assumir a Secretaria. Eles alegam que a pasta é "esvaziada" e sem representatividade.
Temer tem evitado se envolver diretamente na disputa pela liderança. Ele orientou a bancada a buscar um nome de "consenso". O discurso faz parte da estratégia do vice para se reeleger presidente nacional do PMDB, sua principal preocupação no momento. Ao pregar isenção, ele evita se indispor com a bancada do PMDB do Rio, uma das com maior peso na convenção nacional da sigla, prevista para março.
Caso Mauro Lopes assuma a Secretaria Nacional da Aviação Civil, ele substituirá Eliseu Padilha (RS). Indicado pelo vice-presidente da República, o ex-ministro deixou o cargo em dezembro do ano passado, logo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatar o pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff..