O líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), participou nesta terça-feira de encontro em Brasília com deputados aliados para discutir a eleição para a liderança do partido na Casa, que ocorrerá logo após o retorno dos trabalhos legislativos, em fevereiro.
Enfrentando forte oposição na bancada peemedebista, Picciani chegou a ser retirado do cargo no fim do ano passado por perder apoio da maioria, mas conseguiu retornar à liderança. Agora, para as eleições que acontecerão no próximo mês, ele já traça a estratégia para se manter à frente do maior partido da Câmara dos Deputados. O primeiro passo, segundo ele, é garantir que o eleito seja escolhido por maioria absoluta dos votos, e não por dois terços, como defende parte da bancada do PMDB.
“Líder é expressão da maioria e não expressão de dois terços. Isso é o que dizem as regras da Casa. Tanto é assim que, quando esse grupo me afastou, fez por um voto acima do mínimo necessário, referendando esse quórum. Faremos por maioria. Havendo candidatos a disputar, eu apresentarei meu nome para recondução, quem obtiver maioria absoluta elegerá o líder”.
Apesar de se antecipar à disputa, Picciani disse que ainda ouvirá outras posições no partido para buscar convergência.
Segundo Picciani, o Palácio do Planalto também não fez nenhum movimento a seu favor. No entanto, o deputado admitiu que “há posicionamento político do Planalto em me considerar um aliado, mas não há ação neste sentido”.
Perguntado se assumirá a Secretaria de Aviação Civil (SAC) – que está interinamente sob o comando de Guilherme Ramalho desde a saída de Eliseu Padilha por desavenças com o governo – Picciani disse que ainda não recebeu convite.
“Convite para SAC tem que ser feito, desconheço qualquer convite. Em ocorrendo, em fazendo opção por deputado da bancada, isso nada terá a ver com a disputa da liderança, será opção do governo”.
Impeachment
Leonardo Picciani defendeu que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), convoque o quanto antes a sessão para decidir novamente a comissão que analisará a abertura de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Esse foi um dos motivos que o levou a ser destituído da liderança no ano passado, depois que parte da bancada se revoltou contra os nomes indicados por ele para compor a comissão.
Na ocasião, a ala rebelde do PMDB se uniu com outros partidos e apresentou uma chapa alternativa à indicada pelos líderes partidários, e que acabou vencedora. No entanto, o Supremo Tribunal Federal considerou a eleição inválida e determinou que a Câmara eleja chapa indicada pelas lideranças.
Para evitar novos atritos com os colegas de bancada, Picciani disse que incluirá nomes sugeridos por ele da última vez, mas com espaço para outras indicações. “Certamente faremos indicações diferentes do que foi feito outra vez. A ideia é fazer indicação que mescle essas duas chapas”.
Com Agência Brasil .