"Houve uma sondagem (para assumir a pasta) e eu perguntei ao Michel Temer e ele disse: 'Terá todo o meu apoio'.
O deputado afirmou que conversou sobre o assunto com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, ainda em dezembro e não hesitou em declarar que aceitará assumir a pasta caso esse seja o desejo da presidente.
A indicação de Lopes para o Ministério faz parte da estratégia do Palácio do Planalto para ajudar a reconduzir o aliado Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara. Ao oferecer espaço ao parlamentar mineiro, o governo tenta neutralizar a bancada do PMDB de Minas Gerais, que quer indicar um candidato para concorrer com Picciani.
O deputado afirmou, no entanto, que não acredita que a sua indicação vá interferir na escolha da bancada e que pretende se manter neutro na disputa. Apesar do discurso de Lopes, aliados do vice se mostram incomodados com a articulação do governo para influenciar na disputa pela liderança. Segundo eles, o melhor seria o governo não se meter em assuntos internos do PMDB.
Lopes disse ainda que vai apoiar a recondução de Temer à presidência nacional do PMDB e descartou a possibilidade de o partido decidir deixar a base aliada em março, quando será realizada a convenção nacional da sigla. "Para mim e para o Michel (Temer), nós não temos essa história de abandonar o governo. Nós somos governo até 2018", disse.
Caso assuma a Secretaria Nacional da Aviação Civil, Lopes substituirá Eliseu Padilha (RS). Um dos principais aliados do vice, o ex-ministro deixou o cargo em dezembro do ano passado, logo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acatar o pedido de abertura de processo de impeachment de Dilma..