Após ser sondado pelo Palácio do Planalto, Lopes havia demonstrado interesse em assumir a pasta, mas sinalizou a aliados que só iria aceitar o convite com a bênção de Temer, que é presidente nacional do PMDB.
Depois de uma conversa de mais de uma hora, o deputado deixou o gabinete do vice afirmando que Temer apoiaria o seu nome para o cargo caso o convite fosse oficializado pela presidente Dilma Rousseff. Em seguida, o vice endossou as palavras do correligionário.
A indicação de Lopes para o ministério faz parte da estratégia do governo para ajudar a reconduzir Leonardo Picciani (RJ), que é contra ao impeachment de Dilma, à liderança do PMDB na Câmara. Ao oferecer espaço ao parlamentar mineiro, o Planalto tenta neutralizar a bancada do partido de Minas Gerais, que quer indicar um candidato para concorrer com Picciani.
Preocupado com articulação para tirá-lo da presidência nacional do PMDB, Temer tem procurado manter uma relação de menos confronto tanto com os parlamentares do partido quanto com o Planalto. Aliados do vice, porém, têm se mostrado incomodados com a articulação do governo para influenciar na disputa pela liderança.
No próximo dia 28, Temer vai iniciar uma série de viagens pelo Brasil para consolidar a preferência pelo seu nome dentro do PMDB. Questionado sobre o que achava das manifestações a favor do nome do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para assumir o comando da sigla, Temer desconversou e afirmou que desconhecia o fato..