Governo de Minas faz reforma para economizar R$ 1 bilhão

Pimentel afirma que órgãos do estado serão extintos ou fundidos para reduzir custos e tornar o estado mais eficiente. Novo cronograma de pagamento dos servidores será anunciado amanhã

Maria Clara Prates
Fernando Pimentel (PT), governador de Minas: "Vamos mostrar a realidade dramática do estado, mas precisamos da compreensão de todos. Nosso compromisso é pagar os salários em dia" - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

O projeto de reforma administrativa do governo deve significar uma economia de “perto de R$ 1 bilhão”, de acordo com Fernando Pimentel (PT). Segundo o governador, que participou na manhã dessa quarta-feira (13) de solenidade de entrega de 63 viaturas ao Corpo de Bombeiros, serão extintos órgãos da administração e fundidas algumas estruturas. “Vamos fazer um manejo operacional para o estado ficar mais eficiente. O importante não é só a economia. É tornar o estado mais eficiente, mas ágil, mais presente, e atendendo melhor a população”, afirmou.

Além disso, Pimentel confirmou para amanhã o anúncio da nova escala de pagamento dos salários do funcionalismo referentes a janeiro, fevereiro e março. Em razão do arrocho no orçamento, o governo adiou o pagamento dos salários de dezembro para essa quarta-feira e não no quinto dia útil. Desde  terça-feira (12), o governo vem recebendo entidades ligadas a servidores públicos para explicar a situação do caixa do estado e tentar evitar uma paralisação geral marcada para dia 27.

Na terça-feira, a reunião foi com sete entidades representativas da Polícia Militar, onde já se desenha uma operação tartaruga em razão da insatisfação com o atraso no pagamento, conforme troca de mensagens nas redes sociais. Agora, o encontro será ampliado para as demais entidades de classe.

“Na sexta-feira, vamos mostrar a realidade dramática do estado, mas precisamos da compreensão de todos. Nosso compromisso é pagar os salários em dia, pagar os salários que eles merecem e dar segurança ao servidor público. Nosso fluxo de caixa está baixíssimo, caiu demais a arrecadação e, por isso, estamos fazendo todo o esforço para não prejudicar a população do estado”, justificou o petista.

O orçamento para Minas Gerais neste ano, aprovado pela Assembleia Legislativa, prevê uma receita de R$ 83,1 bilhões e fixa uma despesa total em cerca de R$ 92 bilhões, indicando um déficit fiscal de R$ 8,9 bilhões – descontadas as receitas e despesas intraorçamentárias, de R$ 13,85 bilhões. A lei orçamentária ainda não foi sancionada por Fernando Pimentel, de acordo com a Secretaria de Planejamento. Somente com cortes no custeio e renegociações com fornecedores, o governo contabiliza uma economia de mais de R$ 4 bilhões, mas ainda insuficientes para zerar o déficit encontrado no caixa no início do ano passado, estimado em mais de R$ 7 bilhões.

Viaturas

Ainda dentro da estratégia de acalmar as forças de seguranças, Fernando Pimentel se comprometeu em reestruturar o Corpo de Bombeiros no estado. Segundo ele, além das 63 viaturas entregues nessa quarta-feira, outras 100 serão enviadas às unidades da corporação no interior ao longo deste ano. Segundo o governador, a necessidade de investir na ampliação do Corpo de Bombeiros foi identificada durante os fórum regionais e, diante disso, a proposta é expandir o número de unidades no estado. “Estamos entregando veículos para a corporação, que está presente no estado quase todo. Nós gostaríamos que fosse no estado todo. A partir do ano que vem, vamos incorporar mais 530 homens na tropa dos Bombeiros e mais 30 oficiais”, afirmou.

 

Enquanto isso...

…RS renova corte de despesas

Prevendo mais um ano de dificuldades financeiras, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), assinou nessa quarta-feira (13) decreto, com validade de 180 dias, que renova medidas adotadas no ano passado para contenção das despesas correntes de todos os órgãos do governo. O texto traz restrições para compra de passagens aéreas, concessão de diárias de viagem fora do estado, prorrogação de convênios com despesa para o estado, novos contratos de aluguel e equipamentos, entre outros. Também suspende a abertura de concursos públicos e nomeações para cargos de provimento efetivo. Este último tópico é alvo de críticas – Sartori tem sido cobrado a aumentar o efetivo policial nas ruas para conter a violência urbana.

De acordo com o governo gaúcho, as medidas adotadas permitiram uma economia de R$ 980,8 milhões em 2015. O valor ficou um pouco abaixo da meta, que era poupar R$ 1,07 bilhão.

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