No ano passado, Cunha ofereceu a comissão ao PP para obter o apoio da legenda à sua eleição para a presidência da Câmara. Vitorioso e no auge de sua força política, articulou a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a comissão. Este ano, porém, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), adversário de Cunha e contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, tem oferecido a correligionários a presidência do colegiado em troca de apoio para ser reconduzido ao posto. A estratégia foi replicada por Leonardo Quintão (PMDB-MG), adversário na disputa pela liderança do partido e ligado ao grupo de Cunha.
Com a segunda maior bancada desse bloco de 14 legendas, o PP, por exemplo, tenta assumir a presidência da Comissão de Finanças e Tributação, considerada a segunda mais importante da Câmara. Cunha apoiou e conseguiu eleger a correligionária Soraya Santos (PMDB-RJ) em 2015. Neste ano, o candidato ligado a ele, o ex-ministro das Cidades Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), enfrenta internamente o deputado Esperidião Amin (PP-SC). A análise dos líderes é de que o presidente da Câmara terá muita dificuldade em eleger seus candidatos para os colegiados.