Lei aprovada pela Assembleia Legislativa no ano passado autorizou o governo a sacar até 95% dos depósitos administrados pelo Tribunal de Justiça - o limite anterior era de 85%. A operação funciona como um empréstimo: o governo paga juros equivalentes ao da taxa Selic. O custo anual dos "financiamentos" já chega a cerca de R$ 1 bilhão.
Só em 2015, Sartori sacou R$ 1,8 bilhão - terceiro lugar no ranking estadual, atrás dos governos do Rio e de Minas Gerais. Na administração de Tarso Genro (2011-2014), o volume foi recorde: R$ 5,7 bilhões, em valores da época. Depois do Rio Grande do Sul, o quarto Estado no ranking dos saques foi Mato Grosso do Sul, com R$ 1,4 bilhão.
O governo do Piauí usou R$ 35 milhões dos depósitos em juízo para pagar parte da folha dos aposentados e pensionistas. O governador do Estado, Wellington Dias (PT), fez questão de ressaltar que a condição do Piauí é diferente: "Aqui, os valores dos depósitos judiciais são os que envolvem exclusivamente o Estado, e não todos. São 70% destes valores, que devem ser devolvidos em 48 horas, após a solução da demanda, havendo uma comunicação da Justiça ao governo".
Oito governos informaram que não utilizaram recursos da Justiça em 2015, mas alguns avaliam fazê-lo neste ano.