Cinco vereadores da cidade de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram condenados à prisão pela Justiça por envolvimento em um esquema de cobrança de propinas. Carlos Alberto Braga Fonseca (PSB) foi condenado a 18 anos e cinco meses; Marcos Aender dos Reis (PT) teve condenação de 27 anos de reclusão. Já Tarcísio Alves de Resende (PMDB) recebeu pena de 15 anos e dois meses e Cristiano Silva de Carvalho (PMDB) de 6 anos e dois meses. Sem partido, Enilton César da Silva foi condenado a 10 anos de reclusão. A decisão ainda cabe recurso.
De acordo com as denúncias feita pelo Ministério Público de Minas Gerais, o esquema funcionava mediante a cobrança de propina de empresários que desejavam ter projetos aprovados no município e que dependiam de votação na Câmara Municipal. Os vereadores procuravam o empresário interessado - dos setores imobiliário, indústria metalúrgica e de plástico-, e informavam que determinado projeto só seria aprovado mediante pagamento de suborno.
As investigações começaram depois que empresários procuraram o Ministério Público para denunciar que estavam sendo extorquidos pelos vereadores. O valor cobrado na prática dos crimes, verificado durante as investigações, apontam que os agentes públicos solicitaram cerca de R$ 1,2 milhão.
O procedimento de investigação instaurado no Ministério Público Estadual contou com interceptações telefônicas, gravações de áudio e vídeo autorizadas, além da quebra de sigilo de dados fiscais e bancários dos réus.
Em sua sentença, o juiz Paulo Sérgio Néris, da Comarca de Igarapé, ainda remeteu os autos à Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público, para apuração criminal em relação ao Poder Executivo de São Joaquim de Bicas, por supostas práticas de crimes contra a administração pública, cujos indícios surgiram no curso da ação penal contra os vereadores.