O diretório deve referendar posição contra o processo de impeachment da presidente, já aprovada pela executiva nacional da sigla em dezembro do ano passado. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirma que Dilma aceitou convite do partido e deve participar da abertura ou do encerramento da reunião do diretório, a depender de sua agenda. Durante a sua participação, a presidente receberá apoio público de lideranças pedetistas, como os ex-ministros Cid e Ciro Gomes e o próprio Lupi.
"Nesse momento, é importante ter um lado e o nosso lado é em defesa da legalidade e da democracia", afirma Lupi. O apoio do PDT virá em momento importante para Dilma. O ato do partido em defesa da petista será realizado a pouco mais de uma semana da volta do recesso parlamentar, quando deve voltar à tona a discussão sobre o processo de impeachment na Câmara, deflagrado em dezembro de 2015 pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em fevereiro, é esperada a instalação da comissão especial do impeachment, que emitirá parecer sobre o processo. Carlos Lupi explica que o posicionamento contra o impeachment já tinha sido fechado pela executiva nacional e pelas bancadas do PDT no Congresso Nacional em 8 de dezembro, mas precisa ser referendada pelo diretório nacional para ter validade legal e política.
Na ocasião, o partido lançou nota acusando os pedidos de impeachment de "golpismo" e questionando a legitimidade do processo, por ter sido deflagrado por Cunha, que é alvo de denúncias de corrupção. A reunião do diretório nacional do PDT ocorrerá no mesmo dia em que o ex-deputado e ex-governador Leonel Brizola, fundador do partido, completaria 94 anos.
Por isso, o partido fará uma "saudação" ao líder pedetista, morto em 2004.
Procurado pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o Palácio do Planalto informou não ser possível confirmar a participação de Dilma no evento do PDT, pois a agenda de sexta-feira dela ainda não foi fechada. Na quinta-feira, 21, a petista deve participar de inauguração de obra no Recife (PE). Na semana seguinte, a presidente embarca para Quito, capital do Equador, onde participará da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Candidatura própria
Além da defesa do mandato de Dilma, o diretório nacional do PDT deve referendar, no mesmo dia, a tese de candidatura própria do partido em 2018. Apesar de Ciro ser considerado o "nome mais provável" e já ter sido lançado por Lupi em outras ocasiões, o dirigente afirma que não deverá haver menção a nomes durante o evento de sexta-feira. Para evitar constrangimento à presidente, o referendo deve ocorrer em horário distinto ao que a petista estará presente.
Lupi e outros dirigentes pedetistas ressaltam que Dilma já foi comunicada previamente da intenção do PDT de disputar a Presidência da República em 2018. "Quando ela nos convidou a participar do governo nesse segundo mandato (o PDT está a frente do Ministérios das Comunicações), avisamos a ela da nossa intenção", conta o presidente do partido. "Na ocasião, ela disse que 2018 estava distante e que precisava do nosso apoio nesse momento", comenta pedetista em reservado.
Eleições
Um dia antes da reunião que contará com a participação de Dilma, a direção do PDT se reunirá também em Brasília para tratar sobre as eleições municipais deste ano. De acordo com o presidente nacional da sigla, as direções estaduais deverão apresentar relatórios sobre candidaturas a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todo o País. Na ocasião, serão debatidas as alianças e coligações que o partido poderá fazer para o pleito..