Partidos articulam sucessão na Prefeitura de BH

PT insiste que vai lançar candidato próprio à disputa pela PBH. Já Marcio Lacerda tenta manter coligação com PSDB

Guilherme Paranaiba Juliana Cipriani
Vereadores Silvio Rezende, Arnaldo Godoy, Pedro Patrus e Juninho Paim, da bancada do PT, defendem nome petista - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press

Depois de um intervalo no fim do ano, os principais partidos articulados para a sucessão da Prefeitura de Belo Horizonte retomaram as negociações para definir quem concorrerá à vaga do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ainda sem nomes definidos, PT e PSDB vão intensificar as conversas com suas bases em fevereiro em busca de alianças. Para marcar posição, a bancada do PT na Câmara Municipal reafirmou ontem que o partido terá candidato. No mesmo dia, o secretário municipal de Obras, Josué Valadão, afirmou que o senador Antonio Anastasia (PSDB) é o candidato ideal para manter a parceria dos tucanos com Lacerda.

Diante de especulações de que o partido poderia abrir mão da disputa para apoiar um aliado, os vereadores do PT de Belo Horizonte chamaram coletiva de imprensa para defender a candidatura própria. Os petistas divulgaram resolução de dezembro do diretório municipal que define que o partido estará no pário pela cadeira. “Nós da bancada reafirmamos essa posição porque entendemos que o PT em BH tem sua história e motivo para ter candidato”, afirmou o líder da bancada, Pedro Patrus.

Como plataforma de campanha que, segundo o vereador, credencia o partido a concorrer, ele citou ações iniciadas pelo PT na capital, como o Orçamento Participativo, o Restaurante Popular e o programa de moradia Vila Viva. Patrus disse que a partir de hoje a bancada vai se reunir com o diretório do PT e chamar ao diálogo as bancadas estadual e federal, o governador Fernando Pimentel e os nomes cotados para concorrer. Estão na lista de possíveis candidatos o secretário de Ciência e Tecnologia, Miguel Corrêa Junior, o deputado federal Gabriel Guimarães, o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, e a de Educação, Macaé Evaristo.

Nome

Segundo o vereador Arnaldo Godoy, é possível que outros partidos da base, como o PMDB, tenham candidato no primeiro turno para se unir em um segundo momento.
Internamente, a posição do governador Fernando Pimentel será fundamental para uma definição no PT, que só sai depois do carnaval. O presidente do PT em BH, secretário Miguel Corrêa Junior, afirmou que o partido deve ter candidato, mas que isso deve ser construído com a base aliada, que pode inclusive vir a oferecer um nome.

Do outro lado, o PSDB e o PSB tentam chegar a um acordo para lançar candidato que mantenha a parceria vitoriosa entre os partidos nos dois últimos pleitos. Nos bastidores da PBH, o senador Anastasia é apontado como o nome dos sonhos para viabilizar a chapa única. “O prefeito está preocupado com a continuidade de uma política para a cidade. (O senador Anastasia) é um nome muito confortável no sentido de garantir essa continuidade. É um candidato fortíssimo. Nós temos uma admiração muito grande por ele”, afirma Valadão, que também já foi secretário de Governo de Lacerda e é bastante cotado para compor uma chapa com os tucanos na vaga de vice. Anastasia, porém, tem negado categoricamente a possibilidade de concorrer.

O que se comenta nos bastidores é que a pressão sobre Anastasia para se candidatar a prefeito vai aumentar bastante, o que pode reverter uma possível decisão do tucano e fortalecer a coligação na disputa. Valadão disse buscar um cenário de “agregação”, pois considera a fragmentação da aliança ruim. A intenção do prefeito em fechar com o PSDB seria garantir que os rumos de oito anos de sua administração sejam mantidos no município e conquistar o apoio dos tucanos para concorrer ao governo do estado nas eleições de 2018.

De qualquer forma, a união dos dois partidos não está descartada mesmo se o nome do PSDB não for Anastasia. Também aparecem como pré-candidatos o deputado João Vítor Xavier (PSDB), o vice-prefeito da capital, Délio Malheiros (PV), e o ex-governador de Minas Alberto Pinto Coelho (PP). No caso de os dois últimos serem os escolhidos, pode ocorrer uma mudança de legenda..