A estratégia do presidente da Câmara ao lançar um terceiro candidato é dificultar a reeleição de Picciani, de quem Cunha passou a ser desafeto político desde que o deputado fluminense se aproximou do Planalto. O objetivo é tentar dividir, entre Quintão e Motta, os votos que o atual líder teria. Apoiador de Quintão, Osmar Terra (PMDB-RS) afirma que os dois candidatos contrários a Picciani têm o compromisso de apoiar o que for para o segundo turno com o atual líder.
Na prática, o lançamento de uma terceira candidatura por Cunha demonstra a dificuldade da ala pró-impeachment de escolher um nome de consenso suficientemente forte para disputar com Picciani. O deputado fluminense tem contado com apoio direto do Planalto e, nos bastidores, do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Uma dessas interferências do governo foi o oferecimento da Secretaria da Aviação Civil (SAC) para o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), em troca do apoio a Picciani.
CPI
Um dos vice-líderes do PMDB, Motta é bastante próximo do presidente da Câmara. O deputado presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Casa.
Motta admitiu ter sido sondado para concorrer à liderança do PMDB, mas desconversou sobre sua disposição para a disputa. "Ninguém pode ser candidato de si mesmo", disse. Caso o nome dele não consiga ser viabilizado, o presidente da Câmara cogita indicar os deputados João Arruda (PR) ou o próprio Manoel Júnior como o terceiro candidato. O nome do deputado Mauro Mariani (SC) também chegou a ser cotado.
Para viabilizar essa terceira candidatura, Eduardo Cunha também está em busca do apoio de Newton Cardoso Júnior (MG). O parlamentar desistiu de concorrer à liderança, por causa da falta de consenso da bancada mineira sobre a disputa. O deputado mineiro se diz, por enquanto, "neutro"..