Lula considerou que o governo precisa pactuar com a base aliada de forma a impedir que "uma minoria paralise o País". "O Cunha (Eduardo, presidente da Câmara dos Deputados) se presta a criar uma pauta-bomba todo dia", disse, como exemplo dos entraves políticos enfrentados pelo governo.
Para ilustrar como a população é a mais afetada pelo embate político em Brasília, o ex-presidente disse que, quando a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) foi revogada, durante seu governo, o prejudicado não foi ele, mas quem dependia do sistema de saúde pública brasileiro.
Na avaliação do petista, a saída para a atual crise não passa exclusivamente pela economia. "É preciso discutir política", disse, elogiando e demonstrando confiança no trabalho de articulação desempenhado por Jaques Wagner, ministro da Casa Civil, e Ricardo Berzoini, ministro da Secretaria de Governo.
Mau humor
Lula voltou a recorrer ao seu discurso contra o "mau humor" para tirar o Brasil da crise. Segundo o ex-presidente, pelos jornais, do ano passado pra cá, fica a impressão de que o País só tem notícias negativas.
"Companheiros, antes de ler qualquer coisa de manhã, vocês deviam acordar e postar três coisas boas nos blogs de vocês. A impressão é que o Brasil não tem notícia boa", disse e emendou uma brincadeira sobre seu time, o Corinthians, que tem perdido jogadores para a China. "Tinha só (notícia boa) do Corinthians ganhando uma porção de coisas e agora desmontaram o Corinthians. Parece que vai ter impeachment do Corinthians."
Lula repetiu que Dilma precisa ser ousada e anunciar investimentos.