A decisão foi tomada depois de um encontro entre o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e o deputado Hugo Motta (PB), que oficializou nesta quarta-feira, 20, sua candidatura para disputar a liderança com Picciani e Leonardo Quintão (MG), que tem, dentre seus eleitores, deputados favoráveis ao impeachment. Motta é apoiado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto do Planalto e responsável pela deflagração do processo de impeachment na Câmara.
A candidatura de Motta foi confirmada ontem. A estratégia de Cunha é tentar dividir os votos de Picciani com Motta, fazendo com que a disputa vá ao 2.º turno. Nesta fase, Cunha aposta que a união entre os grupos de Quintão e Motta aumenta as chances de derrota de Picciani.
Ontem, Quintão e Motta fecharam acordo de apoio mútuo em eventual 2.º turno. Também acertaram pacto de não agressão na campanha. A ideia é que ambos centrem críticas em Picciani.
Durante a campanha, os dois pretendem afastar o debate sobre o impeachment para evitar racha na bancada entre grupos pró e antigoverno. "Esse tema não faz parte da minha campanha. Não sou candidato a capitão do impeachment nem a capitão contra o impeachment", disse Motta. Quintão também tem dito que não pretende pautar esse debate durante a campanha.
Picciani, por sua vez, diz não ser possível se esquivar. "Não basta o candidato dizer que é contrário quando boa parte de seus apoiadores é favorável. Não tem como subestimar a inteligência alheia", declarou.
Uma das estratégias de Motta para evitar ser tachado como candidato pró-impeachment é desvincular sua candidatura da imagem de Cunha. Em sua primeira entrevista como candidato, afirmou que vai ganhar a eleição com carimbo de candidato de Cunha ou não."Eduardo Cunha, como todo e qualquer deputado do PMDB, é eleitor. Eu irei, sim, buscar o apoio do deputado Eduardo Cunha, como dos outros deputados", afirmou. .