No fim da audiência, logo após trocar algumas palavras com Mauro Marcondes, o procurador disse ao advogado: "Fui falar com o seu cliente, mas não o estava ameaçando".
A declaração fez referência a denúncia feita por Podval, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que um dos investigadores da Polícia Federal na Zelotes visitou o lobista na cadeia e o chantageou para que fizesse delação premiada. Caso contrário, conforme o defensor, seria feito pedido de transferência de Cristina Mautoni da prisão domiciliar para o regime fechado.
Dias depois da visita, houve o pedido de transferência e a Justiça o aceitou. A PF nega, no entanto, que tenha ocorrido pressão sobre o réu. Na audiência, Podval reagiu ao procurador: "Achou que era brincadeira aquilo? Vai brincar? Eu não brinquei. Não sou palhaço, não". O procurador não respondeu mais.
As audiências para ouvir os réus serão retomadas na segunda-feira.
Cristina Mautoni, que se recuperava de uma cirurgia nas pernas quando estava em prisão domiciliar, compareceu numa cadeira de rodas. O laudo que embasou sua transferência para o regime fechado, contudo, atestou que ela tem condições de saúde para estar numa unidade prisional.
Além de vários advogados e de 14 dos 15 réus, compareceu à sessão o ex-deputado João Paulo Cunha, do PT paulista, condenado no processo do mensalão. Ele disse que trabalha como consultor para a defesa do réu Francisco Mirto..