Sem conseguir o apoio da bancada federal mineira do PMDB e traído pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG) acaba de selar acordo com o líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para a sua recondução em 17 de fevereiro. Sem consultar Leonardo Quintão, Cunha lançou a candidatura para líder do deputado federal Hugo Motta (PMDB-PB), com quem tem muita proximidade.
"Com esta nova candidatura Eduardo Cunha trouxe mais discórdia e ruptura ao PMDB. Em conversa com Michel Temer, achei melhor trabalhar pela unidade do partido", afirmou Leonardo Quintão, que acaba de se reunir com Picianni na cidade de Juiz de Fora, entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro. "Conversei com a minha base política e decidimos apoiar Picciani", afirmou Quintão. O atual líder conta agora com cerca de 45 votos e deverá ser reconduzido. "Cunha está fazendo política com ódio", concluiu Leonardo Quintão.
Contando com a candidatura de Quintão, ao lançar Hugo Motta, Eduardo Cunha acreditou que, com três na disputa, enfraqueceria Picciani, que tem o apoio do Palácio do Planalto. Assim como a bancada mineira de sete parlamentares - que não chegou a consenso e rachou em torno de três propostas - a bancada federal, a maior da Câmara, com 66 parlamentares, está dividida. Uma parte apoia a recondução de Picciani - e maior proximidade com o Planalto. A outra, ligada a Cunha, joga na oposição mas quer manter a influência na administração.
O racha foi agravado em dezembro passado, quando por influência de Cunha e Temer, Picciani foi destituído da liderança, sendo Quintão conduzido ao cargo, que exerceu por oito dias, até que Picciani retomasse a posição.