"Fica evidenciado que a Mossack Fonseca era uma grande lavadora, participava de um grande esquema de lavagem. Oferecia seu serviço a esquemas dos mais diversos. Nós temos indicações de que a participação dela em outro esquema em andamento no qual não é nossa responsabilidade", declarou o procurador.
A Mossack Fonseca é alvo de mandado de busca e apreensão. Três investigados ligados à empresa foram presos temporariamente (válida por 5 dias): Neuci Warker, Ricardo Honório Neto e Renata Pereira Brito.
Na decisão em que manda fazer buscas nos endereços da Mossack, o juiz federal Sérgio Moro destacou. "No curso das investigações, foi constatado que diversos agentes envolvidos no esquema criminoso que vitimou a Petrobras teriam utilizado os serviços da empresa Mossack Fonseca & Corporate Services para abertura de empresas offshores, posteriormente utilizadas para ocultar e dissimular o produto do crime de corrupção."
A Mossack Fonseca & Corporate Services é sediada no Panamá e tem representação no Brasil, com sede na Avenida Paulista, no centro de São Paulo. Consta como sócio da Mossack Ricardo Honorio Neto, mas quem administra a empresa, segundo a Polícia Federal, é Maria Mercedes Riano Quijano, conforme se apurou na interceptação telefônica autorizada judicialmente.
A PF investiga ainda um advogado panamenho (Edison Ernesto Teano Rivera) e dois venezuelanos (Fernando Hernandez Rivero e Andres Cuesta Hernandez).
Segundo o delegado Igor Romário de Paula, da força-tarefa da Lava-Jato, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o lobista Mário Goes e o ex-gerente executivo da estatal Pedro Barusco tiveram offshores abertas pela Mossack Fonseca. O delegado afirmou que "provavelmente vai se descobrir muita coisa".
"A Mossack é bem mais ampla do que o caso Lava-Jato.
Durante a entrevista coletiva, o delegado e o procurador se referiram a Renato Duque como "colaborador", ao lado de Pedro Barusco. Indagado em seguida, Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou. "Ato falho.".