Em depoimento à Polícia Civil e ao Ministério Público do Estado, Cássio Chebabi citou o nome do assessor do tucano, Luiz Carlos Gutierrez, o Licá - cabo eleitoral de Capez na região da Mooca, zona Leste de São Paulo. O executivo também apontou Jeter Rodrigues, que foi assessor do presidente da Assembleia Legislativa.
Capez, Licá e Jeter já haviam sido citados no esquema de corrupção por outros quatro funcionários da Coaf, investigados da Alba Branca: César Augusto Bertholino, Adriano Gibertoni Mauro, Carlos Luciano Lopes e Carlos Alberto Santana da Silva.
Chebabi atribuiu as informações a César Bertholino, vendedor da Coaf. "Quando a Coaf atrasava, devido a dificuldades financeiras, o pagamento da 'comissão' ao Governo do Estado, eram feitas retaliações e ameaças, desde barrar a entrega dos produtos no Centro de Distribuição da Pasta Estadual da Educação na cidade de Cajamar até a transmissão de mensagens por watszap (sic) de um assessor do deputado Fernando Capez, identificado por César como Licá, o qual também seria cunhado daquela deputado", afirmou o presidente da Coaf.
Chebabi contou aos investigadores que para Jeter Rodrigues "ajudar" nos interesses da empresa, a Coaf cedeu um carro para a campanha eleitoral de 2014 de Fernando Capez. Ele disse não se lembrar da placa do veículo.
Segundo Chebabi, na mesma época da campanha para governos e Legislativos estadual e federal e para a futura contratação da Coaf pelo Governo do Estado, a Cooperativa emitiu um cheque do Banco Bradesco, no valor de R$ 50 mil pré-datado para 90 dias. Cássio Chebabi disse que o cheque foi levado por César para o lobista Marcel Ferreira Julio, que entregaria a Jeter.
Filho do ex-deputado Leonel Julio - cassado em 1976 pelo regime militar em um episódio que ficou conhecido como "escândalo das calcinhas" -, Marcel Ferreira Julio atuaria como operador de propinas e lobista.
"O cheque, todavia, foi devolvido por falta de fundos, já que dependia seu pagamento dos prévios pagamentos do Estado pela Coaf, o que, assessoria do deputado garantia que se daria no prazo do pré datamento, mas como o contrato e os pagamentos passaram se dar apenas em meados do ano seguinte, o cheque voltou", relatou.
Chebabi afirmou à polícia que quando os pagamentos do Estado se efetivaram, o cheque foi pago e resgatado, "mediante comunicação a Marcel".
Fernando Capez rechaça categoricamente as denúncias que o envolvem com fraudes da merenda escolar. Desde que seu nome foi citado por investigados da Operação Alba Branca, o tucano reitera que "nunca ouviu falar da Coaf", nem do presidente da cooperativa, Cássio Chebabi.
Capez disse que em dezembro demitiu Jeter Rodrigues da sua assessoria. "Ele usou o meu nome para indicar um delegado de polícia para um cargo em São Paulo", afirmou.