Ato em Belo Horizonte marca 12 anos da Chacina de Unaí em Minas

Representantes de diversas entidades se reuniram para marcar a data do crime em que morreram quatro auditores fiscais

Estado de Minas
- Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press

Cerca de 100 pessoas lotaram, nesta quarta-feira, o auditório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Trabalho, em Belo Horizonte, em ato que relembrou os 12 anos da morte dos quatro auditores fiscais do Ministério do Trabalho no crime conhecido como “Chacina de Unaí”. Erastótenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Oliveira foram mortos a tiros quando faziam fiscalização de rotina na zona rural de Unaí, em 28 de janeiro de 2004.

Participaram atividade representantes do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal (MPF), Justiça do Trabalho, Justiça Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Estado de Direitos Humanos, além de representantes das centrais sindicais, sindicatos e entidades da sociedade civil.

Os mandantes e irmãos Norberto e Antério Mânica foram condenados a 100 anos de prisão, cada um. O empresário Hugo Pimenta foi condenado a 96 anos de prisão, mas por ter colaborado com a Justiça, recebeu a condenação de 47 anos, três meses e 27 dias. Os três aguardam recurso em liberdade. Os pistoleiros, julgados em 2014, já cumprem pena total de 226 anos de prisão. O empresário Francisco Elder, morreu aos 77 anos, antes de ser julgado.


Trabalho escravo


Em 2015, o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTP) identificou em todo Brasil 1.010 pessoas submetidas à condição análoga à de escravo, em um total de 3.657 trabalhadores contemplados nas ações fiscais para investigação do tema. Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu 1.139 inquéritos no Brasil, em 2014, sendo 108 em Minas Gerais. Os setores da economia que mais exploraram o trabalho análogo ao de escravo, em 2015 foram agricultura, construção civil e mineração. .