Defesa de Eduardo Azeredo recorre de condenação

Ex-governador foi condenado a mais de 20 anos de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro

Marcelo Ernesto
A defesa do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) recorreu da condenação de 20 anos e 10 meses de prisão.
Além dos embargos de declaração, onde são questionados itens do pronunciamento da sentença, os advogados entraram com recurso também relacionados à pena, de acordo com movimentação do processo. Os recursos foram apresentados nessa terça-feira e já se encontram com a juiza Melissa Pinheiro Costa Lage, títular da 9° Vara Criminal de Belo Horizonte. Azeredo foi condenado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

As condenações são decorrentes do esquema conhecido como mensalão mineiro, ocorrido durante a campanha de 1998 para disputa da reeleição do tucano ao governo de Minas Gerais. Azeredo foi condenado por desviar R$ 3,5 milhões. De acordo com a sentença de dezembro do ano passado, o tucano recebeu condenação por seis crimes de lavagem de dinheiro. Nesse caso, a pena somada é de sete anos e seis meses de reclusão.
Além de 504 dias-multa. Já para o crime de peculato, a sentença estabelece 13 anos e quatro meses de reclusão Nesse caso também houve estabelecimento de penalidade em dinheiro, 1.400 dias-multa.

A campanha do tucano teria utilizado contratos de publicidade de fachada para os eventos esportivos Enduro da Independência, Mundial de Supercross e Iron Biker patrocinados pelas estatais mineiras Comig, Copasa e Bemge por meio da SMP&B Comunicação, usada por Marcos Valério para abastecer também o esquema petista. Esse dinheiro, segundo a juíza Melissa Lage, abasteceu o caixa 2 da campanha do tucano. "Criou-se uma organização criminosa complexa com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura", assinala a juíza na sentença.

Na época da condenação, Eduardo Azeredo disse que é “absolutamente inocente” e anunciou que recorreria da sentença. “Foi muita surpresa. Respeito a decisão, mas não esperava que a juíza considerasse a validade de papéis falsos. Não há nenhuma prova contra mim. Não existem depoimentos ou evidências que me atingem. A coisa é absurda demais. Mas vamos recorrer e tenho certeza de que o Tribunal de Justiça vai considerar a nossa defesa”, afirmou o tucano.

Nesta quarta-feira a reportagem entrou em contato com a defesa de Azeredo, mas as ligações não foram atendidas. .