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Estado de Minas

Conselhão é a nova cartada de Dilma para enfrentar a crise

Governo tentará dar um tom positivo nesta quinta-feira no relançamento do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com anúncios de mais crédito, focado na indústria e no agronegócio


postado em 28/01/2016 06:00 / atualizado em 28/01/2016 07:32

Ministro Jaques Wagner, responsável por abrir o evento, dirá que o objetivo do governo é promover um
Ministro Jaques Wagner, responsável por abrir o evento, dirá que o objetivo do governo é promover um "diálogo social" (foto: Evaristo Sá - 3/12/15)

Brasília – Tida como um evento “para inglês ver”, a cerimônia de retomada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, nesta quinta-feira, em Brasília, está sendo preparada para ser mais do que um “evento social”. Além da expectativa do anúncio de R$ 50 bilhões em linhas de crédito dos bancos públicos, o governo prepara financiamentos específicos para a indústria e o agronegócio, com foco no pequeno e no médio empresário. O intuito é tentar alavancar os investimentos do país, que estão em franca queda.

No plano de incremento do crédito, estão previstos empréstimos específicos para exportação e a retomada do Minha casa, minha vida, com um viés mais social. Além disso, o governo ainda discute se liberará o uso da multa do FGTS como garantia ao crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, o que pode ser uma das medidas anunciadas no evento. Da área da Previdência, esboços também ainda estavam sendo finalizados nessa quarta-feira (27). O Planalto deve adotar um discurso positivo e de convencimento a empresários, banqueiros, trabalhadores e sindicalistas, demonstrando que não está passivo ante a expectativa renovada de queda no PIB também neste ano.

O Conselhão terá 70% de renovação dos participantes. No entanto, a lista oficial, que será publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União (DOU), ainda não está totalmente fechada, já que a presidente Dilma Rousseff, mesmo em viagem no exterior, avisou que faz questão de verificar mais uma vez todos os nomes. A composição final deve ser de 45 empresários, 20 representantes dos trabalhadores e 25 da sociedade civil. O ex-presidente do PCdoB, Renato Rabelo, será o secretário-executivo do novo grupo. O ministro Jaques Wagner ainda hoje fazendo ligação e convites para o evento de hoje.

O evento, marcado para começar às 14h30, será aberto pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. O encontro recebeu como título “Caminhos para a retomada do desenvolvimento”. Em sua fala, o ministro deve ressaltar que o principal objetivo do Conselhão é promover o “diálogo social” e destacar que o formato é utilizado em diversos países.

O primeiro convidado a discursar será o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Ele fará um pronunciamento voltado para o comportamento dos preços atualmente e as expectativas para a inflação, alinhado ao teor que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deverá mostrar na manhã de hoje. Em seguida, a programação traz a participação do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Ao contrário de todos os convidados, que terão 10 minutos para suas declarações, Barbosa contará com 20 minutos para discursar. Afinal, caberá a ele, os principais pontos dos anúncios.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, que tem sido criticado por declarações polêmicas, chegou a integrar a lista de ministros que poderia discursar no evento. No entanto, a fala sobre os esforços do governo no combate ao zika vírus ficará a cargo da própria presidente Dilma – que fará o encerramento da reunião.

EMPRESÁRIOS Além dos ministros, a previsão é de que mais oito dos cerca de 90 participantes do grupo falem na reunião. Pelo lado do empresariado terão voz no encontro: Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco; Luíza Trajano, do Magazine Luiza; e o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Os três já integravam o Conselhão. Além disso, haverá fala de representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da CUT, da Força Sindical e da Contag.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que acaba de voltar de licença, também estará presente. Ficará encarregada de exaltar o potencial do agronegócio brasileiro e enfatizar a importância que o setor possui para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. A cerimônia contará ainda com as presenças dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, e do Planejamento, Valdir Simão.

Após a reunião desta quinta-feira (28), a previsão é de que sejam formados alguns grupos de trabalho para assessorar a presidente na formação de políticas públicas que ajudem na retomada do crescimento do Brasil.


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