Luiz Eduardo não aparece nas imagens da audiência na Justiça Federal. Desde o início dos processos da Lava Jato, os depoimentos são gravados em vídeo e áudio. A defesa do réu pediu ao juiz Sérgio Moro que a câmera não focasse o rosto do irmão de Dirceu.
Na audiência desta quarta-feira, ele tinha a oportunidade para apresentar seus argumentos diante da acusação da Procuradoria da República. Mas escolheu outro caminho. "Excelência, eu prefiro ficar em silêncio, com todo respeito e atenção", afirmou diante de Moro, que conduz as ações penais da Lava Jato na 1ª instância.
Luiz Eduardo foi questionado pelo magistrado se não responderia a nenhuma pergunta. "Não, excelência."
O irmão de Dirceu foi sócio do ex-ministro na JD Assessoria e Consultoria - empresa pela qual o petista teria recebido propinas do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, parte das propinas acertadas pela Engevix Engenharia com a Diretoria de Serviços da Petrobras era destinada a Dirceu e ao empresário e lobista Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, ligado ao PT, "por serem responsáveis pela indicação e manutenção de Renato Duque" no comando da unidade estratégica.
Segundo o Ministério Público Federal, as propinas foram repartidas entre dirigentes da Petrobras, o PT, Dirceu, seu irmão e Moura entre 2005 e 2014..