"Surgiram comentários do tipo: Poxa com todo esse dinheiro do esquema do petrolão, eles ainda estão pedindo dinheiro para campanha?", disse à reportagem um integrante da cúpula do partido, após reunião da Executiva Nacional da legenda realizada, anteontem, em Brasília.
A ideia inicial seria fazer menção à campanha "Seja Companheiro", lançada em agosto do ano passado, em que o PT solicita a colaboração dos militantes, simpatizantes e movimentos sociais.
Os primeiros comerciais do partido, de cerca de 30 segundos, deverão ir ao ar em cadeia nacional de rádio e TV entre os dias 2 e 11 de fevereiro, em pleno período do carnaval. Por ser um momento festivo, os petistas consideram "incoerente" colocar no vídeo imagens de políticos e dirigentes da legenda. Nesta lista de "excluídos" estão o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff. Lideranças da legenda negam, contudo, que a opção de poupar os dois principais nomes da legenda tenha relação com receios da realização de "panelaços", uma vez que os comerciais não têm um horário definido para serem divulgados.
A presença de Lula e Dilma no principal programa partidário do próximo dia 23 ainda não foi definida. Inicialmente, integrantes da cúpula do PT trabalham apenas com perspectiva da participação de Lula. O espaço utilizado pelo ex-presidente, no entanto, não deverá ser usado para tratar de temas sobre o suposto envolvimento em esquema de desvios ocorridos na Petrobras.
Por outro lado, os comerciais vão incentivar novas ações como a realizada por dezenas de advogados penalistas e constitucionalistas que redigiram há duas semanas manifesto contra a Operação Lava Jato.