O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), considerou as medidas anunciadas na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o "Conselhão", como "o começo da retomada". "As medidas sinalizam o esforço do governo para a retomada do crescimento. Essa sinalização dos anúncios são medidas iniciais, mas de forte impacto. Melhoram o ambiente de negócios e dão mais segurança jurídica aos investidores e não temos risco de hiperinflação. Também é uma grande sinalização ao Congresso", afirmou Guimarães.
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, defendeu a expansão do crédito adotando sete medidas. Pelos seus cálculos, elas têm potencial de elevar a oferta de crédito em R$ 83 bilhões. Entre as medidas, o ministro anunciou a autorização da utilização do R$ 17 bilhões do FGTS como garantia para o crédito consignado, lembrando que a medida precisa de aprovação do Congresso Nacional.
Barbosa apresentou a retomada da linha de pré-custeio do Banco do Brasil, na modalidade crédito rural, no valor de R$ 10 bilhões.
As medidas serão apresentadas a líderes da base governista na manhã de terça-feira, 2, e integrarão a mensagem da presidente Dilma Rousseff que será lida à tarde pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil), na retomada dos trabalhos do Congresso.
"É um bom começo, mas medidas estruturantes precisam ser rapidamente implementadas para não ficarmos apenas no remédio. Precisamos atacar as causas dos problemas para, finalmente, o País ser uma plataforma exportadora e competitiva", afirmou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).
Oposição
Já a oposição criticou o pacote anunciado nesta tarde. Para o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), o anúncio foi "pura marquetagem". "O governo está usando o recurso do Fundo de Garantia do trabalhador para salvar banco em dificuldade. Isso não é proposta para o trabalhador, é uma bolsa banqueiro travestida de crédito, facilitação. É o famoso engana besta. O governo está dando uma corda para o trabalhador se enforcar", afirmou o parlamentar.
Mendonça disse que não é a primeira vez que o governo tenta reverter a crise com base na liberação de crédito. "A gente já viveu uma orgia de crédito e deu no que deu. É de volta ao passado em grande estilo. A gente não vê nenhuma reforma estrutural", afirmou..