Segundo a Polícia Civil, os grampos indicam que Padula é tratado com reverência pelos integrantes da organização que teria se infiltrado em pelo menos 22 prefeituras e tentado manipular contratos da própria Secretaria para garantir a contratação da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), suspeita de comandar o esquema.
Os grampos da Polícia pegaram o lobista Marcel Ferreira Júlio, filho do ex-deputado Leonel Júlio (cassado em 1976 pelo regime militar no "escândalo das calcinhas"), o vendedor da Coaf César Bertholini e, ainda, Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", ex-assessor da Secretaria da Casa Civil de Alckmin.
Moita foi exonerado da chefia de gabinete de Edson Aparecido, secretário da Casa Civil, um dia antes de a operação Alba Branca ser deflagrada, no dia 19 de janeiro.
Os três investigados foram flagrados discutindo aditamento a um contrato.
O relatório policial não imputa nenhuma acusação ao ex-chefe de gabinete da Educação, mas assinala que Moita teria sido orientado por Padula sobre como obter reequilíbrio econômico de contrato da Coaf para fornecimento de produtos agrícolas e suco de laranja destinados à merenda.
Honestidade
Padula rechaçou com veemência suspeitas de que teria orientado integrantes da organização investigada na Alba Branca. "Sou um objeto em extinção pela honestidade e objeto raro porque permaneci por vários secretários."
Padula confirmou que conhece Moita. Exceto o ex-chefe de gabinete da Casa Civil de Alckmin, ele disse que disse que "nunca viu" nenhum dos outros investigados. "Ele (Moita) era chefe de gabinete, eu o conheço, naturalmente. Mas não falei com ele sobre contrato. Ele não me pediu orientação. Vira e mexe ligava aqui (na Educação), é uma função institucional da Casa Civil, recebe um monte de gente, ligava e eu atendia.
Padula disse que pediu à corregedoria da área uma apuração do caso. O novo secretário da Educação, Renato Nalini, disse que o assessor foi exonerado da pasta não por causa da Alba Branca e sim porque convidou um nome próximo a ele para o cargo. .