Desde que ganharam destaque na mídia informações de que Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitaram a reforma do triplex número 164A e o imóvel supostamente pertenceria ao ex-presidente, o local se tornou uma espécie de atração turística no município a 84 quilômetros de São Paulo – conhecido como principal destino dos paulistas nos fins de semana e feriados. Curiosos perguntam e param para tirar fotos em frente. Funcionários, por outro lado, relatam que a vidraça foi alvo de pedradas nos últimos dias.
Entenda o caso
Adquirido pela extinta Bancoop (a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), acusada de deixar mais de 3 mil famílias sem receber apartamentos, o condomínio foi construído pela OAS. A construtora é uma das empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato, que investiga pagamento de propina a partidos políticos por meio de contratos com a Petrobras. Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo, um zelador e uma porteira do condomínio teriam afirmado que Lula e Marisa visitaram a reforma do triplex por ao menos duas ocasiões. Executada pela Tallento Construtora Ltda, contratada pela OAS, a reforma custou R$ 777.189,13 e ainda de acordo com a empresa responsável pelo projeto, incluiu mudanças de layout, acabamento (elétrica, hidráulica, pintura e piso), escada, impermeabilização, piscina e a instalação de um elevador privativo de R$ 62,5 mil.
O Instituto Lula alega que o casal possui apenas uma cota do empreendimento, adquirida da extinta Bancoop em nome de Marisa Letícia em 2005 e quitada em 2010. A entidade sustenta que não há crime de ocultação de patrimônio ou lavagem de dinheiro. “Esse imóvel não é do presidente Lula e de nenhum parente do ex-presidente Lula. A família do ex-presidente Lula comprou uma cota de um projeto da Bancoop. É só isso que existe. Ele pagou essa cota. Essa cota está declarada no imposto de renda do ex-presidente Lula”, completou o advogado de Lula, Cristiano Zanin, em entrevista ao Jornal nacional, da TV Globo.
Os promotores de Justiça apuram a transferência de prédios inacabados da Bancoop para a OAS. A OAS não se pronunciou publicamente sobre o assunto..