São Paulo – O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem que os testes com a vacina da dengue, que está sendo elaborada pelo Instituto Butantã, vão começar no próximo mês. A vacina teve a última fase para testes em humanos liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro do ano passado e será testada em 13 cidades, entre elas, São Paulo, Manaus, Belo Horizonte e Recife. Alckmin informou, ainda, que 250 municípios receberão um mutirão e que um mapa interativo será implantando no site da Secretaria Estadual de Saúde para receber denúncias sobre focos do Aedes aegypti.
“Já estamos há anos, no Instituto Butantã, trabalhando para ter a vacina contra a dengue. Já houve a fase um, a fase dois e a última fase, que é a três, nós esperamos agora, no mês de fevereiro, fazer as primeiras vacinações de voluntários no Hospital das Clínicas contra os quatro tipos de vírus com apenas uma dose.” Ao todo, 17 mil pessoas de todo o País devem participar do estudo em 14 centros de pesquisa. A estimativa é de que a vacina seja distribuída na rede pública em 2017.
O mutirão de combate ao Aedes aegypti será realizado neste fim de semana em 250 municípios de São Paulo. A ação terá como foco criadouros em imóveis públicos e particulares, além de orientações à população. “No sábado passado, iniciamos pelos 20 municípios de maior incidência e, amanhã, teremos um mutirão em 250 municípios do Estado de São Paulo. No caso dos profissionais (que vão participar), passaremos a pagar diária aos sábados para ganhar tempo e aumentar ao máximo o número de visitas”, disse Alckmin.
A mobilização será realizada por agentes municipais, profissionais da Defesa Civil, oficiais do Exército, mas também será aceita a participação de voluntários, que não vão precisar fazer cadastro prévio. A partir de segunda-feira, a população poderá fazer denúncias de pontos de proliferação do mosquito da dengue a partir de uma ferramenta no site da Secretaria Estadual de Saúde. Em todo o País, são investigados 3.448 casos suspeitos de microcefalia e 270 já foram confirmados.
Primeira morte é confirmada
Recife – A índia da tribo Xukuru, de Pesqueira, no Agreste, Danielle Marques de Santana, 17 anos, morreu em decorrência de um quadro neurológico identificado como miosite aguda, que foi desenvolvido pela febre chikungunya. A afirmação é da equipe de neurologia do Hospital da Restauração (HR), que confirmou se tratar da primeira morte provocada por agravamento da arbovirose chikungunya ocorrida em Pernambuco.
Danielle, que era natural de Pesqueira, sofreu uma parada cardiorrespiratória depois de quase dois meses de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR. A parada cardíaca ocorreu às 10h20 do dia 6 de janeiro, seguida da paralisação do diafragma. Os médicos tentaram reanimá-la por 40 minutos, mas ela não resistiu.
Segundo relatos de familiares, o sofrimento da adolescente durou três meses. “Ela deu entrada no Hospital Dr. Lídio Paraíba (HLP), em Pesqueira, com sintomas de chikungunya. Passou três dias na emergência, começou a piorar e os pais pediram transferência para outro hospital. Depois de passar oito dias no hospital em Pesqueira ela foi transferida para Caruaru”, relatou um parente de Danielle no dia da morte.
Ainda de acordo com o relato dos familiares, ao chegar a Caruaru, o médico que atendeu a adolescente de 17 anos disse que ela precisava de uma UTI imediatamente, quando foi transferida para o Hospital da Restauração no Recife. “Quando minha prima chegou ao HR, foi diagnosticado rapidamente que ela estava com a Síndrome de Guillain-Barré. Ainda disseram que o estado dela era muito grave e que ela corria risco de morte”, contou o parente. A miosite acomete os músculos do paciente e pode causar além de fortes dores, convulsões, paralisia de partes do corpo, como o rosto, braços e pernas, por exemplo, e do aparelho respiratório, provocando infecção grave. Se não for tratada no início, a doença pode levar à morte.