São Paulo – Além do condomínio Solaris, no Guarujá, onde o ex-presidente Lula já teve um apartamento, a força-tarefa da Lava-Jato investiga outros empreendimentos que eram da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) e foram assumidos pela OAS. Os investigadores apuram crimes de sonegação e ocultação patrimonial, além de indícios de que parte dos imóveis tenha sido usada para repasse de propina. Um dos apartamentos investigados é o do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, dono de imóvel de 100,6 metros quadrados, registrado em nome da OAS em bloco do Residencial Altos do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo.
Em despacho da Operação Lava-Jato na última quarta-feira, chamada de “Triplo X”, o juiz Sérgio Moro atendeu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) de determinar a apreensão, nas sedes da OAS e da Bancoop, de documentos referentes a quatro empreendimentos, entre eles o Altos do Butantã, onde Vagner tem seu apartamento, e o Mar Cantábrico, atual condomínio Solaris, no Guarujá, onde a família do ex-presidente Lula era dono de apartamento que atualmente está em nome da OAS e foi o único a ser reformado pela construtora.
Segundo os procuradores da Lava-Jato, o objetivo é “verificar se houve ou não algum tratamento desigual em relação aos ex-cooperados” vinculados aos imóveis. O alvo inicial da força-tarefa era imóveis relacionados ao ex-presidente da Bancoop e ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que está preso desde abril de 2015 e foi condenado a 15 anos de prisão na Lava-Jato. A investigação deve ser ampliada com base no material colhido na semana passada.