"Vamos preparar as lideranças sociais e petistas para defender as realizações do governo, alinhar o discurso. Precisamos começar assim a pré-campanha, com os multiplicadores, os formadores de opinião", disse o secretário de Relações Governamentais, José Américo, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
"Agora a gente vai fazer as agendas do prefeito focadas na estratégia eleitoral, que é dialogar com a militância e com a periferia. Com as novas regras eleitorais, a campanha desse ano vai diminuir em tempo e recursos, então temos mesmo que buscar o caminho da militância verdadeira que ninguém tem como o PT", disse o presidente do PT municipal, vereador Paulo Fiorillo.
A estratégia foi desenhada na semana passada, em reunião da executiva municipal do partido, vereadores, deputados federais do PT em São Paulo, além dos secretários José Américo e Nabil Bonduki (Cultura).
Para evitar acusações de que Haddad estaria usando horário de expediente, as plenárias vão ocorrer aos finais de semana. O plano contempla nove encontros, na periferia e no centro da cidade, todos com a presença do prefeito. Segundo Américo, será preparado ainda um panfleto, em formato de jornal, para ser distribuído nesses encontros. "Esse material vai trazer as informações de por que o Haddad fez um bom governo e de por que deve ser reconduzido ao cargo", relatou o secretário.
Segundo Paulo Fiorillo, a intenção desse núcleo de pré-campanha é atingir os cerca de 20 mil filiados que têm atuação ativa, que de fato participam da vida dos 37 diretórios zonais do PT na Capital.
Adversários
A movimentação de Haddad vem meses após ações da senadora Marta Suplicy (PMDB) na periferia. A ex-petista é vista por muitos aliados do prefeito como sua principal adversária, por disputarem um eleitorado semelhante, no campo progressista. Desde setembro, Marta vem apostando no corpo a corpo em bairros periféricos, onde Haddad viu sua popularidade cair e onde a senadora tem um bom recall com a população.
Levantamento do Ibope, divulgado em 19 de janeiro, mostrou que a avaliação negativa da gestão Haddad chegou ao pior patamar desde o início de seu governo. A atuação do prefeito é considerada ruim ou péssima por 56% da população paulistana.
Marta vem apostando em visitas a feiras livres, postos de saúde e encontros organizados por sua equipe. Nas redes sociais, ela divulgou recentemente idas a estádio de futebol e até a ensaio de escola de samba. Na última semana, Marta investiu em andar de transporte público. Fez vídeos conversando com passageiros dentro de ônibus e flagrou a dificuldade de usuários em recarregar o Bilhete Único, em estações onde terminais de autoatendimento estavam quebrados.
Apesar da agenda intensa de Marta, o PT defende que a pré-campanha de Haddad não está atrasada. "O prefeito já vinha fazendo agendas de governo na periferia, mas ele está no cargo e temos que tomar cuidado para não misturar agenda de governo com eleição. Acho que estamos entrando em um momento oportuno", afirmou Paulo Fiorillo.
Enquanto Haddad e Marta engatilham as pré-campanhas, os tucanos estão focados nas prévias, marcadas para o dia 28 de fevereiro. Andrea Matarazzo, João Doria e Ricardo Trípoli têm intensificado suas agendas, mas precisam se concentrar em conquistar votos dos filiados do PSDB para se tornarem de fato candidatos à Prefeitura.
O líder nas pesquisas, deputado federal Celso Russomanno (PRB), conta com a exposição diária através de seu programa na TV Record, "Patrulha do consumidor". No programa e nas redes sociais, Russomanno tem feito críticas à gestão Haddad..