Brasília - Alvos da Operação Lava-Jato, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deram sinais nessa terça-feira, 2, de não terem uma alinhamento automático às propostas da presidente Dilma Rousseff.
Renan também prometeu pautar o projeto de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) que retira a obrigação de a Petrobras ter pelo menos 30% de participação nos consórcios criados para exploração do pré-sal.
O peemedebista rebateu a alegação de que é "entreguismo" mudar a participação da petrolífera e disse que a medida pode melhorar o investimento e o ambiente de negócio e recuperar os níveis de produtividade e a confiança na estatal.
O presidente da Câmara, por sua vez, defendeu que a Casa deve contribuir com propostas para superar as crises política e econômica, mesmo que elas divirjam do que o Executivo deseja. "A Câmara, assim como o Senado, deve ter suas propostas para contribuir com a melhoria do ambiente econômico e político, conforme o entendimento predominante do Congresso, embora possa não ser coincidente com o almejado pelo Poder Executivo. Faz parte da democracia", disse.
Cunha voltou a defender a independência do poder Legislativo em relação ao governo federal, um dos motes de sua campanha à presidência da Câmara. Para ele, a Casa cumpriu, em 2015, seu papel de "não apenas legislar propostas do Poder Executivo, mas tratar com a mesma relevância os temas importantes para a sociedade". "A Câmara jamais deixará de repercutir em seus debates e votações a vontade da sociedade brasileira", afirmou.
O peemedebista ponderou, no entanto, que, embora não seja consenso entre os parlamentares e a sociedade, a Casa "não se furtará" de analisar aumento de impostos.