"Nomeei hoje o Duque." Foi assim que Dirceu teria comunicado ao lobista a nomeação do diretor de Serviços feita por ele, por sugestão do empresário Licínio Rodrigues, da empreiteira Etesco.
A notícia foi dada a ele, segundo Fernando Moura contou ao juiz Sérgio Moro, em um jantar na casa da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, à beira da piscina.
"Ele (Dirceu) estava ao lado da piscina com mais cinco pessoas. Fui cumprimentá-lo, fui abraçá-lo. Quando abracei o Zé, ele me disse 'nomeei hoje o Duque'. Isso no dia 1º de fevereiro", afirmou Moura. "Eu aproveitei e abracei e dei um beijo no rosto dele." Moura diz que, posteriormente, o então secretário-geral do PT Silvio Pereira explicou como foi a discussão para indicação, em reunião na antessala da Casa Civil.
Fernando Moura foi ouvido pela segunda vez pelo juiz da Lava Jato, na ação penal em que é réu ao lado de Dirceu. No primeiro interrogatório, dia 22, ele não apontou Dirceu como responsável pela nomeação de Duque. Dois dias depois, ele afirmou ao Ministério Público Federal que havia mentido por se sentir "ameaçado".
O delator confirmou nesta quarta-feira que Licínio Machado indicou Renato Duque e que, pessoalmente, ele encaminhou essa indicação para Silvio Pereira e José Dirceu.