"Nós, do PT, queremos tributar os mais ricos para garantir programas como Mais Médicos e Bolsa Família e mais investimentos públicos em infraestrutura e serviços. Ontem, essa proposta perdeu. Ganhou a proposta que, no discurso, nivela o pobre, o trabalhador, com os milionários e combate impostos para todos e define que o Estado é que tem que reduzir seus serviços. Esse é o discurso da oposição que leva o País para o caos." E provocou: "eu quero ver quem é o pobre que ganha mais de R$ 5 milhões ao ano."
Em entrevista, Florence demonstrou que a bancada do PT na Câmara apoiará medidas impopulares defendidas pelo governo, como a volta da CPMF. "Nós precisamos reconhecer que apenas as contribuições de segurados e patrões dificilmente darão saúde financeira ao regime geral da previdência." Forense acredita que debater medidas como essa poderão preservar o instituto para as próximas gerações.
Sobre as manifestações que ocorreram no Congresso nesta terça-feira, 2, quando Dilma foi vaiada ao mencionar a CPMF, Florence disse que apenas uma parte mais extremista da oposição participou do ato. "A forte resistência me parecia localizada, apesar de ela ser bastante estridente, pois é um setor bastante extremista. A maioria da oposição se comportou de acordo com o rito", disse.
"A CPMF é um imposto progressivo que incidirá sobre os mais ricos. E a destinação é para a previdência, para ajudar a assegurar um benefício. Tenho a convicção que com o aprofundamento do debate nós vamos criar o ambiente necessário para aprovação do projeto no Congresso. Isso deverá ocorrer muito em breve, pois precisamos investir esse dinheiro em saúde pública e já há previsão para esse gasto no orçamento de 2016."
Reforma da Previdência
De acordo com Florence, a bancada seguirá orientação do partido em relação à reforma da previdência e a decisão é apostar no "conserto" a partir do trabalho coordenado pelo Ministério do Trabalho com a participação das centrais sindicais. "Temos também o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social reinstalado com um protagonismo tanto de trabalhadores como de empresários. A sociedade brasileira precisa debater. A presidente tem aludido à mais de uma solução para o tema da idade mínima. Ela própria problematiza a hipótese da fórmula 85/95 progressiva paralela ao aumento da expectativa da população brasileira.".