Um dia depois de ter sido eleito o novo líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence (PT-BA) sinalizou apoio às medidas, muitas delas impopulares, como a CPMF, defendidas pela presidente Dilma Rousseff em seu último discurso no Plenário. Acerca da aprovação, na quarta-feira da Medida Provisória (MP) 692/15, que aumenta o imposto sobre ganhos de capital e sofreu alterações que diminuem a expectativa de arrecadação do Executivo, Florence disse que não foi só o governo que perdeu, e sim o povo brasileiro.
Em entrevista, Florence demonstrou que a bancada do PT na Câmara apoiará medidas impopulares defendidas pelo governo, como a volta da CPMF. "Nós precisamos reconhecer que apenas as contribuições de segurados e patrões dificilmente darão saúde financeira ao regime geral da previdência." Forense acredita que debater medidas como essa poderão preservar o instituto para as próximas gerações.
Sobre as manifestações que ocorreram no Congresso nesta terça-feira, 2, quando Dilma foi vaiada ao mencionar a CPMF, Florence disse que apenas uma parte mais extremista da oposição participou do ato. "A forte resistência me parecia localizada, apesar de ela ser bastante estridente, pois é um setor bastante extremista. A maioria da oposição se comportou de acordo com o rito", disse. A expectativa do novo líder do PT na Câmara é aprovar a CPMF "o mais rápido possível, ainda no primeiro semestre deste ano.
"A CPMF é um imposto progressivo que incidirá sobre os mais ricos. E a destinação é para a previdência, para ajudar a assegurar um benefício. Tenho a convicção que com o aprofundamento do debate nós vamos criar o ambiente necessário para aprovação do projeto no Congresso. Isso deverá ocorrer muito em breve, pois precisamos investir esse dinheiro em saúde pública e já há previsão para esse gasto no orçamento de 2016."
Reforma da Previdência
De acordo com Florence, a bancada seguirá orientação do partido em relação à reforma da previdência e a decisão é apostar no "conserto" a partir do trabalho coordenado pelo Ministério do Trabalho com a participação das centrais sindicais. "Temos também o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social reinstalado com um protagonismo tanto de trabalhadores como de empresários. A sociedade brasileira precisa debater. A presidente tem aludido à mais de uma solução para o tema da idade mínima. Ela própria problematiza a hipótese da fórmula 85/95 progressiva paralela ao aumento da expectativa da população brasileira."