Em 2015, o governo federal fez o maior contingenciamento desde a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tanto em valor quanto em proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
Também não está descartada a possibilidade de o governo anunciar dia 12 decreto "tampão" com limitação das despesas. Esse decreto vigoraria até 22 de março, quando, pela legislação em vigor, o governo tem de enviar ao Congresso o primeiro relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas. Aí, seria feito o corte definitivo.
Essa possibilidade, porém, é considerada baixa, segundo uma fonte envolvida nas discussões. Essa hipótese foi colocada na mesa de discussão para dar mais tempo ao governo e aos ministérios para acertar o valor do contingenciamento definitivo.
Todos esses cenários ainda estão em discussão na Junta Orçamentária para garantir o cumprimento da meta de superávit primário deste ano, fixada em 0,5% do PIB, o equivalente a R$ 30,5 bilhões. A União terá de arcar com R$ 24 bilhões para o cumprimento da meta, e os Estados e municípios, com os R$ 6,55 bilhões restantes.
A intenção inicial do governo era anunciar o corte antes do feriado de carnaval, o que não foi possível dada a dificuldade de equacionar o Orçamento num cenário de queda da arrecadação.
Com a recessão maior do que o previsto, o governo dificilmente conseguirá garantir o cumprimento da meta fiscal se não surgirem novas receitas extraordinários ou aumento de tributos que dispensam aprovação do Congresso. O Orçamento foi feito contando com R$ 10 bilhões da CPMF, tributo que o governo propôs recriar, mas que os parlamentares resistem em aprovar. .