O sítio de Atibaia está em nome de Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar, fundador do PT e amigo pessoal de Lula, que deixou o partido sob suspeita de irregularidades, e do empresário Jonas Suassuna - sócio de um dos filhos do ex-presidente.
A família de Lula usa frequentemente o sítio, que foi totalmente reformado em 2011, após sua compra. As suspeitas da Polícia Federal e do Ministério Público Federal são de que pelo menos duas empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobras - OAS e Odebrecht - tenham executados os serviços, de maneira irregular. Bittar e Suassuna podem ter servido para ocultar os verdadeiros donos do sítio, que tem 173 mil metros quadrados, lago, piscina e uma ampla residência, suspeitam os investigadores.
A PF solicitou ao Cartório de Registros de Imóveis de Atibaia cópia da matrícula e do contrato de compra e venda do sítio. Segundo o registro, foram pagos por Bittar e Suassuna R$ 1,5 milhão pelo sítio.
O negócio formalizado em 29 de outubro de 2010, dois dias antes da eleição da presidente Dilma Rousseff, no 19º andar de um prédio de escritórios na Rua Padre João Manuel, nos Jardins, zona sul de São Paulo, onde funciona o Teixeira, Martins e Advogados.
Teixeira é amigo de Lula desde os anos 1980 e padrinho do filho caçula do ex-presidente, Luis Cláudio - que mora em um apartamento registrado em nome de uma empresa da família do advogado, também nos Jardins.
Topógrafo
O elo de Teixeira com o sítio foi descoberto após o topógrafo Cláudio Benatti, identificado pela Polícia Federal como responsável pelas medições e plantas do Sítio Santa Bárbara, ter afirmado ao Estado, no dia 12 de janeiro, que o compadre do ex-presidente Lula era quem indicava os serviços a serem feitos na propriedade em Atibaia.
"Todos os serviços que foram executados, meus, de topografia, sempre foram o Roberto Teixeira. 'Ó fulano está precisando que você faça isso"', afirmou Benatti, na época. A Lava-Jato já apurava a reforma no Sítio Santa Bárbara desde abril de 2015..