O desmembramento do processo foi autorizado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Moro afirma não ver obstáculo à divisão e ressaltou que a investigação está sujeita a critérios da própria Polícia Federal, sob controle do Ministério Público Federal (MPF). “Além da extensão da investigação para além do âmbito da empresa OAS, entendemos que as diligências em curso demandam necessário sigilo, já que o fato ainda está em investigação”, afirmou o juiz à PF, justificando que não é aconselhável a anexação de documentos com sigilo elevado em procedimento que tramita sem segredo de justiça, como é o caso do inquérito da OAS.
As investigações apontam que a OAS pagou pela instalação de cozinhas planejadas no valor de R$ 28 mil no sítio, além do triplex do edifício Solaris, no Guarujá (SP), alvo da etapa Triplo X da Lava-Jato e que teria pertencido ao ex-presidente. Também teriam sido entregues no sítio um refrigerador de R$ 9,7 mil, uma lava-louças de R$ 9,1 mil, um forno elétrico de R$ 10,1 mil e uma bancada de R$ 43 mil. No total, a OAS teria desembolsado R$ 130 mil nas compras. A Operação Lava-Jato investiga ainda se a construtora Odebrecht fez reformas na propriedade rural.
Dinheiro vinculado A Justiça investiga se ambos os imóveis foram utilizados para lavar dinheiro vinculado a contratos da Petrobras. O Instituto Lula alega que o ex-presidente frequenta desde 2011 um sítio de propriedade de amigos da família e que a tentativa de associá-lo a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de macular a imagem do ex-presidente. Anteontem, o presidente do PT, Rui Falcão, declarou em nota publicada no site do partido, que nunca no Brasil um ex-presidente foi “tão caluniado, difamado, injuriado e atacado como o companheiro Lula”. Falcão enxerga uma tentativa de linchamento moral e político de Lula.
O sítio pertence à Fernando Bittar e Jonas Suassuna. Ambos são sócios do filho mais velho de Lula, Fábio Luís. Lula afirma ter desistido da compra do triplex..